O delegado de Polícia Civil de Aracruz (no norte do ES), Leandro Barbosa Morais, fez uma visita surpresa ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município na tarde desta quinta-feira (5). O local havia sido denunciado pela advogada e coordenadora do Centro de Promoção dos Direitos Humanos de Aracruz, Gilcineia Ferreira, na sexta-feira (30) por não apresentar condições de abrigar os animais e ainda por funcionar sem veterinário responsável há uma semana na ocasião.
O delegado compareceu ao CCZ acompanhado de dois veterinários e de um investigador e constatou a precariedade do local. Os veterinários e policiais civis vistoriaram o Centro e vão produzir subsídios para a representação da Polícia Civil, sendo os veterinários sob o prisma da Medicina Veterinária, situação dos animais, alimentos, medicamentos, e os fatos policiais das irregularidades administrativas que possam acontecer.
De acordo com o delegado, a visita surpresa foi feita para que não houvesse a tentativa de “maquiar” o ambiente. Disse que o local dá a ideia de omissão do poder público e descaso com os animais e os servidores que lá atuam. Ele acrescentou que a prefeitura precisa urgentemente dar uma resposta a respeito das mudanças a serem feitas no local, por isso requisitou que o Executivo estadual instaure sindicância para apurar o abandono do CCZ.
Foram encontrados produtos vencidos, que vão desde alimentos até medicamentos, passando pelo extintor de incêndio. Os animais estão em sofrimento e doentes. A denúncia da advogada dá conta que o veterinário responsável pelo Centro de Zoonoses de Aracruz, Edgard Sixto Oliveira Quiñones Dias deixou o trabalho no dia 23 de dezembro e não havia retornado até a última sexta-feira (30). Mesmo com a saída do veterinário, segundo a denunciante, fora do período de gozo de férias, não foi designado outro profissional para diagnosticar e tratar os animais. No período de ausência do veterinário, morreram cinco filhotes de gatos, um filhote de cachorro e dois cachorros adultos.
Na sexta-feira (30), conta a advogada, três animais foram eutanasiados pelo gerente de Vigilância em Saúde da prefeitura de Aracruz após a saída dela do CCZ. Já no retorno do veterinário às atividades, mais cinco animais foram eutanasiados, totalizando oito entre sexta-feira e segunda-feira (2).
O local onde o Centro está instalado também é precário, com a estrutura física em abandono e mato por todos os lados.
Gilcinea completa dizendo que os animais chegaram a ficar cinco meses sem receber a ração fornecida pelo município, obrigando os cuidadores a pegarem ração emprestada de municípios vizinhos a Aracruz, para que os animais não morressem de fome.
Fonte: SeculoDiario