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Polícia apreende cavalo maltratado, em Bauru (SP)

19 de julho de 2011
4 min. de leitura
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Quem acompanhou a história do cavalo Fuzil, flagrado em condições de maus-tratos na tarde do último dia 7 no Jardim Marambá, em Bauru (SP), e relatada pelo Jornal da Cidade (JC) se comoveu. Após ser instaurado um termo circunstanciado para apurar o caso, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca expedido pela Justiça e apreendeu o animal. Agora, Fuzil está sob os cuidados da Sociedade de Proteção Ambiental Mountarat.

Apesar do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ter constatado os maus-tratos na ocasião em que Fuzil foi encontrado deitado na rua após não suportar mais o peso da carroça que tracionava, além de estar com diarreia e feridas no lombo, o animal não foi apreendido.

“Eles poderiam ter apreendido o cavalo de imediato, já que os maus-tratos foram constatados pelo veterinário (do CCZ)”, explicou o delegado titular do Distrito Policial (DP) de Crimes Ambientais, Dinair José da Silva.

Na ocasião, o veterinário Mário Ramos informou ao JC que era preciso primeiro esperar 15 dias para constatar se realmente o animal estava sob maus-tratos. Se isso fosse constatado, o proprietário seria multado e só depois de lavrada a multa caberia apreensão.

No entanto, o DP de Crimes Ambientais instaurou termo circunstanciado para apurar o caso, considerado de menor potencial ofensivo. “Nós fizemos um planejamento para fazer a recolha do animal, além de contar com o apoio das ONGs que forneceram o veículo para o transporte dele”, destacou Dinair.

Na última semana, policiais civis do DP de Crimes Ambientais, entre eles diversos investigadores, auxiliaram no cumprimento do mandado de busca e apreensão do cavalo Fuzil, que também teve o apoio da União Internacional de Proteção aos Animais (Uipa).

Magro e ferido

“Nós vimos que realmente o cavalo estava magro e com feridas no lombo. Aparentemente estava melhor (do que quando foi encontrado na rua), acho que por conta dos medicamentos que o CCZ forneceu no dia em que ele estava com diarreia. O tutor do animal não se recusou a entregar o animal. Ele suspeitava também de que alguém havia tentado envenenar o cavalo”, disse o delegado.

Damair Pereira de Almeida, delegada da Sociedade de Proteção Animal Mountarat, comemorou a apreensão de Fuzil. “Ele realmente estava sob maus-tratos. Sabendo que temos o respaldo da Polícia Civil, sempre estaremos de olho em animais maltratados. Agora ele vai para um lugar onde receberá o tratamento devido”, disse.

O tutor do cavalo pode responder pelo crime de crueldade contra animais, previsto no artigo 32 da lei de crimes ambientais. A pena para este crime varia entre três meses e 1 ano de detenção. Se for julgado culpado, poderá ter a pena revertida em trabalhos à comunidade ou pagamento de cestas básicas.
Futuro

Por enquanto, o cavalo Fuzil não será devolvido ao seu antigo tutor. A próxima etapa do processo de apreensão cumprido pela Polícia Civil é realizar um exame mais detalhado para saber como, de fato, está a saúde do animal.

“Pode ser que ele nunca mais possa tracionar uma carroça. Além disso, há a suspeita de que ele foi envenenado. Nós vamos apurar. Por enquanto ele fica depositado para a ONG (Sociedade de Proteção Ambiental Mountarat)”, frisou Dinair José da Silva, delegado titular do DP de Crimes Ambientais de Bauru.

Outra apreensão recente feita por este mesmo DP foi a do cavalo Cacique. O animal também caiu no meio da rua, exausto, em abril deste ano. No lugar de ferraduras, havia pregos enferrujados e pedaços de borracha que lhe renderam uma tendinite crônica.

Cacique nunca mais poderá ser montado e também foi apreendido pela Polícia Civil. O cavalo não voltará mais para as mãos do antigo tutor.

Política pública

O resgate do cavalo Fuzil traz à tona, mais uma vez, a falta de políticas públicas municipais para acolher os inúmeros animais vítimas de maus-tratos em Bauru. Fuzil só pôde ser removido com a ajuda da Sociedade de Proteção Animal Mountarat e da Uipa, que forneceram o veículo para transporte de animais de grande porte.

“Gostaria de agradecer novamente o trabalho das ONGs que fazem o que deveria fazer o poder público. Também dos voluntários veterinários que realizam os exames nos animais”, destaca o delegado titular do DP de Crimes Ambientais, Dinair José da Silva.

Fonte: JCNet

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