Uma operação desencadeada nesta segunda-feira (12) apreendeu dezenas de animais silvestres em residência no município de Viçosa, há 86 km de Maceió. Denúncias anônimas levaram o Batalhão da Polícia Ambiental (BPA) aos acusados, que já vinham sendo investigados.
O BPA apurou denúncias de cativeiro e tráfico de animais silvestres e em sete endereços diferentes, todos localizados no município de Viçosa. Os crimes ambientais foram flagrados e acusados, pegos em flagrantes, responderam processos administrativos.
De acordo com o tenente Anderson Barros, do BPA, o saldo da operação foram 68 aves silvestres apreendidas, uma arara vermelha, um tamanduá, um macaco prego e um iguana.
Todos os animais apreendidos foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), localizado no Ibama/AL. De acordo com o chefe do Cetas, o veterinário Marius Bellucci, as aves chegaram ao órgão por volta das 18 horas e todas foram catalogadas e passaram por inspeção.
“Os pássaros, como se trata de animal para tráfico, estão bem machucados. Elas vão passar por um período de quarentena, nos viveiros daqui, para se adaptar com o espaço, já que viviam em gaiolas, e depois serão soltas na natureza”, explicou Marius.
De acordo com Bellucci, a situação do macaco prego e da arara é mais complicada e impossibilitam os animais de retornarem os seus habitats naturais.
“O macaco prego é uma animal muito idoso. Segundo nos passaram, ela já tem 35 anos, eu não sei dizer se ele chega a essa idade, mas ele é bem velho mesmo”, explicou o veterinário. “A arara dificilmente retornará a seu habitat natural, pois ela passou muito tempo em uma jaula pequena e suas asas não funcionam mais”, lamentou. “A situação do Iguana é melhor. Apesar de ele ter sido encontrado amarrado pela cintura e escondida pelo meio dos entulhos, ela está em bom estado e será solta”, disse Marius.
Fato Inusitado
O tamanduá que foi apreendido durante essa operação também foi encaminhado para o Ibama/AL e passou por avaliação e por gozar de ótimo estado de saúde, seria reintroduzido na natureza pelos técnicos do órgão, mas o animal não quis esperar e fugiu de umas das jaulas do Cetas e sumiu, adentrando na reserva de mata atlântica existente no Ibama/AL.
“O tamanduá passou por avaliação e estava muito bem. Nós o colocamos na jaula e fomos cuidar dos outros animais. Ele aproveitou, conseguiu arrombar a jaula, abriu a janelinha e fugiu. Como nos contamos com uma reservar de mais de 55 mil hectares e ele estava em perfeita saúde, não há problema, agora ele já está em seu habitat natural”, disse Bellucci.
Fonte: Primeira Edição