A cada dia, ao menos um animal é resgatado pela Polícia Ambiental em Bauru. São casos de apreensões de animais silvestres comercializados ou criados irregularmente ou mesmo de espécies que entraram em casas, foram atropeladas ou se feriram em queimadas.
Somente entre 1º de janeiro e 25 de novembro deste ano, 431 animais foram recolhidos pelos policiais. Mas a esmagadora maioria – 323 exemplares – é de espécies silvestres apreendidas com pessoas que não possuíam licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“A grande maioria das apreensões são de aves e ocorre por meio de denúncia. Nestes casos, o responsável fica sujeito à multa administrativa, além de reparação cível e criminal pelo dano ambiental causado”, detalha o comandante da 2ª Companhia de Polícia Ambiental de Bauru, capitão Nilson César Pereira.
No ano passado, a média de animais apreendidos e recolhidos se manteve praticamente a mesma. De janeiro a dezembro, foram 446 animais, novamente com grande volume de apreensões de espécies silvestres.
Já os animais encontrados em residências, ou feridos em ruas, rodovias e queimadas somam apenas 90, 9% do total que chega às mãos da Polícia Ambiental. O número, no entanto, não é considerado baixo, já que corresponde a uma média de dois animais por semana.
O capitão Nilson explica que, por estar cercada por áreas de cerrado, Bauru tende a registrar maior índice de encontro e acidentes com animais na área urbana. Ele esclarece, no entanto, que a Polícia Ambiental somente deve ser acionada quando a espécie for peçonhenta, agressiva ou estiver ferida.
“Muitas pessoas nos ligam porque tem um gambá, um quati, um sagui ou ninhos de maritacas e até gaviões no quintal. O ideal é afastar as crianças e os animais domésticos e deixar que o bicho vá, sozinho, embora. Se o animal se sentir acuado, pode atacar ou mesmo invadir a casa”, ensina.
Centro de triagem
Se o animal estiver ferido, for agressivo ou venenoso, a recomendação é não tentar capturá-lo por conta própria. “Chame ajuda especializada. Caso contrário, há chances de ferir o animal ou a si mesmo”, completa.
O comandante explica que o contato humano com a captura desnecessária de animais silvestres pode condená-los ao cativeiro. Além de prejudicar o ciclo de vida do animal, a interferência também faz com que a demanda de trabalho da Polícia Ambiental seja maior.
Outro agravante é que falta espaço para a destinação destes animais, já que Bauru não possui um centro de triagem para cuidar e destinar estes animais. Atualmente, praticamente todos os bichos resgatados são encaminhados à faculdade de medicina veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu.
“Depois de receberem tratamento, os que possuem condições de se reintegrar à natureza são devolvidos à sua região de origem”, destaca Nilson.
Em maio deste ano, o secretário do Estado de Meio Ambiente, Bruno Covas, anunciou a intenção de construir um centro de triagem para animais silvestres em Bauru. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da pasta informou que o convênio entre Estado e prefeitura para construção, instalação e manutenção do centro ainda está em estudo e não há previsão para início das atividades.
Serviço
Para obter orientações ou solicitar a captura de animais silvestres, o telefone de contato da Polícia Ambiental é o (14) 3203-2700, que funciona 24 horas por dia.
Vale lembra que, para a recolha de animais abandonados ou soltos nas ruas como cães, gatos, bovinos e equinos, o órgão a ser acionado é o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Bauru – (14) 3103-8050.
Fonte: Jc Net