Prefeitura de Passos (MG) irá notificar as pessoas que alimentarem cães nas ruas e forem denunciadas por vizinhos ou outro cidadão qualquer. A informação foi confirmada pelo Canil Municipal, através da assessoria de imprensa da Prefeitura, conforme reportagem da Rádio Passos.
A Sociedade Protetora dos Animais se manifestou contra a medida. De acordo com a reportagem veículada na sexta-feira (23) pela emissora nos jornalísticos Giro da Notícia e Cidade Urgente, quem for pego dando comida para cães abandonados será, primeiro, orientado por um funcionário do canil. Em caso de reincidência, um agente do Núcleo de Zoonoses, da Secretaria Municipal da Saúde, irá notificar o “infrator” e encaminhar o relatório para o Ministério Público Estadual tomar as providências previstas em lei.
Em relação ao destino dos animais, a assessoria da Prefeitura informou que somente serão capturados e levados para o canil os cães doentes, acidentados e os filhotes. Os demais só vão ser recolhidos se sobrar espaço na unidade.
Para o presidente da Sociedade Protetora dos Animais, o fotógrafo Jeferson “Fão” Tavares, a medida não vai dar certo. “Das pessoas cuidarem dos cães, eu acho que não estão erradas, não. Ninguém pode cuidar? Então eu acho que a Prefeitura seria obrigada a ficar com todos os cães de rua (…). A pessoa cuida porque não gosta de ver o animal sofrendo. Então eu acho que não vai dar muito certo não. Quem gosta de animal vai dar comida, e pronto”.
O argumento de que a Prefeitura não recolhe todos os cães de rua também não convence Fão Tavares, que questiona também a interrupção do trabalho de captura porque o canil estaria lotado. “Não procede essa informação porque a Prefeitura não captura, nada, os cachorros. Toda vez que você vai ao canil tem os mesmos cachorros”, disse, reclamando que nem os animais acidentados recebem atenção da administração municipal que, em vez de socorrer o animal fornece para as pessoas o telefone da associação.
Para Fão, uma providência mais adequada seria castrar os animais, para evitar proliferação, mas isso também não ocorre. “Só tem uma coisa para fazer: castrar os cães de rua. Não tem outra opção, só tem essa”, disse.
Fonte: Correio dos Lagos