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Plutarco: “Só para ter um pedaço da sua carne, os privamos da luz do sol, da vida para que nasceram”

2 de agosto de 2017
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Plutarco: “Tomamos por inarticulados e inexpressivos os gritos de queixume que eles soltam e voam em todas as direções” (Arte: Reprodução)

“Chamas selvagens e ferozes outros carnívoros, os tigres, os leões e as serpentes, enquanto manchas no sangue as tuas mãos, e em espécie alguma de barbárie lhes ficas inferior.

E para eles, todavia, o assassinato é apenas o meio de se sustentarem; para ti, é uma lascívia supérflua. Aos inocentes, aos mansos, aos que não têm auxílio nem defesa — a esses perseguimos e matamos.

Só para ter um pedaço da sua carne, os privamos da luz do sol, da vida para que nasceram. Tomamos por inarticulados e inexpressivos os gritos de queixume que eles soltam e voam em todas as direções, quando na realidade são instâncias e súplicas e rogos que cada um deles nos dirige dizendo:

— Não é da verdadeira satisfação das vossas reais necessidades que queremos livrar-nos, mas da complacente luxúria dos vossos apetites.”

Excerto de “Do Consumo de Carne – Discurso Primeiro”, de Plutarco, escrito no final do século I.

Plutarco, que mais tarde adotou cidadania romana, foi um biógrafo e ensaísta grego, conhecido por obras antológicas como “Moralia” e “Vidas Paralelas”. Como filósofo, se inspirava principalmente em Platão. Seus trabalhos se voltam mais para a discussão de questões religiosas e morais. Esta segunda o levou a tornar-se um defensor do vegetarianismo. A Plutarco é atribuído o entendimento moderno do que foi a Grécia Antiga.

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