Mais de 1,8 mil alertas de desmatamento foram registrados no Paraná em 2021, conforme dados da plataforma ambientalista MapBiomas. As informações foram coletadas por imagens de satélite.
De acordo com o levantamento, de janeiro de 2019 a dezembro de 2021, ocorreram 2.815 alertas de desmatamento no estado. Desse total, mais de 66% ocorreu apenas no ano passado.
Conforme a metodologia da plataforma, cada vez que uma floresta é cortada, um satélite flagra a ausência da mata e isso é transformado em indicadores vermelhos no mapa do site, que indicam o avanço do desmatamento.
Nos últimos três anos, conforme o MapBiomas, foram registrados 200 mil alertas no Brasil. Em cada um desses pontos é preciso saber se o corte foi ou não autorizado.
Para isso, a plataforma MapBiomas conta com o “Monitor da fiscalização”, que cruza os dados do satélite com os dos governos estaduais e federais.
Conforme as informações dos estados, em mais de 97% dos alertas não há registros de fiscalização ou autorização. Somente em 2,17% dos alertas os agentes federais atuaram.
“É um número baixo e que também é um reflexo do desmonte que a política ambiental vem sofrendo e o enfraquecimento desse órgão que é tão importante para combater o desmatamento ilegal e garantir a manutenção das nossas florestas”, disse a gestora ambiental do monitor fiscalização, Ana Valdiones.
O monitor da fiscalização cruza dados com os estados de São Paulo, Goias, Mato Grosso, Pará e Minas Gerais.
O Paraná está de fora desse monitor da fiscalização, pois, segundo a plataforma, não há uma transparência ativa dos dados do estado.
Apesar da plataforma não cruzar os dados do Paraná, o Instituto Água e Terra (IAT) disse que nos últimos três anos concluiu 600 fiscalizações, o que representa 21% da quantidade de alertas registrados. Desse total, 479 fiscalizações contou a lavratura de auto de infração.
Para tentar zerar esses alertas, o IAT disse ainda que dividiu o trabalho de fiscalização com outros órgãos, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Ambiental.
A plataforma espera que outros estados deem transparência aos dados, para que o cidadão se informe como está conservação a natureza.
“É importante que o estado queira melhorar a divulgação de informações sobre ações de fiscalização. Isso é bom para o estado porque ele mostra as ações que ele está fiscalizando e é bom para a sociedade que fica informada sobre isso e consegue fazer um controle social melhor sobre a política ambiental que o estado está implementando”, disse a gestora.
Fonte: G1