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Plantio de dendê gera perda de habitat de aves, diz Museu Goeldi

25 de junho de 2015
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Espécie Jacamerops aureus foi identificada na pesquisa. (Foto: Divulgação/MPEG)
Espécie Jacamerops aureus foi identificada na
pesquisa. (Foto: Divulgação/MPEG)

Uma pesquisa realizada nos municípios de Moju e Tailândia, no nordeste do Pará, por pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) aponta que as plantações de dendê na região provocaram uma enorme perda de habitat de aves amazônicas. O estudo faz parte do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, rede de pesquisa que engloba diversas instituições científicas nacionais e internacionais, e foi publicada na edição desse mês da revista internacional PLOS ONE. Confira aqui o artigo.
A pesquisa envolveu levantamentos de espécies de aves em quatro principais tipos de uso do território: florestas primárias, florestas secundárias, pastos e plantios de dendê. Os pesquisadores procuraram entender como as aves ocupam cada um desses espaços e assim avaliar o valor de conservação de cada tipo de uso de terra, com interesse especial nos plantios de dendê. Um total de 249 espécies foram registradas durante todo o estudo, porém apenas 69 estavam dentro das áreas de dendê e longe de qualquer outro tipo de ambiente.
Segundo o Dr. Alexander Lees, líder da pesquisa, as espécies presentes nesses plantios possuem baixo valor para conservação por serem muito comuns também nas áreas de pastagens e bordas de florestas – algumas dessas espécies, inclusive, podem ser encontradas em ambientes urbanos.
“Monoculturas de plantações de dendezeiros foram identificados como uma ameaça emergente para a biodiversidade da Amazônia, mas não existem estudos quantitativos que exploram o impacto dessas plantações. Entender esses impactos é extremamente importante, dada a rápida expansão projetada de cultivo de óleo de palma na região”, diz o artigo.
Dendê
Na Amazônia, os primeiros projetos agroindustriais de cultivo do óleo de palma foram instalados na década de 1960, na região nordeste do Pará, estado no qual, atualmente, esses plantios ocupam 140.000 hectares, resultado da politica de promoção do biodiesel no Brasil. Nos plantios para produção de óleo de palma, as terras são todas de propriedades de grandes empresas, já as áreas de pastagens são de agricultores locais.
“Só proteger essas áreas não garante a manutenção das populações de avifauna. As espécies precisam dispersar para outros lugares. Tem que ser feito um trabalho em toda a região, conectando fragmentos florestais, por exemplo, para que esses poucos remanescentes de floresta não sejam transformados em ilhas, pois, se isso acontecer, muitas espécies podem ser extintas localmente ou até globalmente”, alerta o pesquisador.
Fonte: G1

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