Cinco anos após ornitólogos se emocionarem ao conseguir gravar o evasivo pica-pau-bico-de-marfim, considerado extinto, o US Fish and Wildlife Service (FWS) está prestes a aprovar um plano de recuperação para gerenciar as espécies desse pássaro. O plano vai traçar uma estratégia de conservação, incluindo preservação do habitat.
Em 2005, uma equipe de filmagem avistou um pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis) em Arkansas, no que parecia ser a primeira aparição documentada de uma criatura que pensou extinta há pelo menos 50 anos.
Porém, após cinco anos de buscas infrutíferas, a esperança de salvar as espécies é quase nula. “Não acreditamos que uma população recuperável de pica-pau-bico-de-marfim exista”, diz Ron Rohrbaugh, biólogo conservacionista da Cornell University em Ithaca, Nova York, que liderou a equipe de pesquisa original.
O FWS gastou US$ 14 milhões tentando documentar e preservar esse pica-pau em todo o sudeste dos Estados Unidos, incluindo US$ 8 milhões para a preservação do hábitat e US$ 2 milhões para os custos de pesquisa associados. A busca foi suspensa em outubro do ano passado depois de esgotada a verba.
Laurie Fenwood, coordenadora do projeto, diz que os novos planos de recuperação são necessários para recolher melhor o conhecimento científico sobre as espécies – ainda não está claro se já estão extintas.
Ao longo do caminho, houve falsas esperanças. No primeiro semestre, uma pesquisadora recebeu uma foto supostamente de um Campephilus principalis no rio Cache, no sul de Illinois. Porém, a pessoa responsável pela foto confessou que a falsificara. Steve Sheridan, artista gráfico de Lexington, Kentucky, diz que viu um pica-pau na região e forjou as fotos para incentivar a conservação da área. “Respondemos a ele que o efeito pode ser exatamente o oposto, atrasando a recuperação por anos”, disseram os pesquisadores.
Fonte: UOL/Scientific American