Enquanto o número de seres humanos na Terra quase dobrou nas últimas quatro décadas, o número de invertebrados – insetos, lesmas, minhocas, crustáceos, etc – recuou 45%, revelaram cientistas na quinta-feira (24), em trabalho publicado na revista “Science”. Já entre os animais vertebrados que vivem no solo, 322 espécies desapareceram nos últimos cinco séculos e as espécies remanescentes tiveram um declínio de cerca de 25%, destacou o estudo.
Na introdução da edição, a revista destaca que a Terra já sofreu cinco grandes eventos de extinção em massa, como a extinção dos dinossauros, e que, neste momento, podemos estar passando pela “sexta onda de extinção”. É um fenômeno insidioso, pois ocorre inclusive em áreas naturais protegidas por lei e aparentemente intactas. Além disso, outra pesquisa publicada pela mesma revista, como parte de uma edição especial sobre o desaparecimento dos animais, aponta a maior perda de espécies selvagens grandes ou pequenas em todo o planeta como uma importante causa da crescente violência e inquietação nas comunidades.
Os invertebrados e vertebrados são importantes para o planeta: aves, morcegos e abelhas polinizam garantindo o sucesso de cultivos; insetívoros controlam pragas; herbívoros evitam que a vegetação saia do controle; grandes predadores controlam a população de diversos animais; sapos e rãs filtram a água de matéria orgânica, eles também transportam nutrientes no solo.
Os cientistas atribuem o declínio de invertebrados a dois principais fatores: a perda e empobrecimento do habitat e as mudanças climáticas globais. Isso somado a competição com espécies invasoras e micróbios causadores de doenças. “Ficamos chocados ao encontrar perdas similares nos invertebrados como nos animais maiores, pois pensávamos anteriormente que os invertebrados fossem mais resilientes”, disse Ben Collen, da Universidade College de Londres.
Fonte: Ecos em Debate