O Projeto de Lei (PL) 6487/2019, de autoria dos deputados Emidinho Madeira (PSB-MG), Domingos Sávio (PSDB-MG) e Evair Vieira de Melo (PP-ES), tem o objetivo de incentivar o consumo de leite, prática que condena inúmeros animais a extremo sofrimento.
Apresentado na Câmara dos Deputados, o projeto aguarda para ser analisado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
A proposta pretende criar o “Dia Nacional do Produtor de Leite”, em 12 de julho, para promover o consumo de leite e de derivados através do debate de políticas públicas para o setor e da realização de palestras, seminários e outros eventos.
No texto da proposta, os parlamentares afirmam que a produção de leite “tem grande importância ambiental”, falácia facilmente rebatida por estudos que comprovam que a agropecuária como um todo contribui para a devastação do meio ambiente.
A exploração de animais é responsável pelo desmatamento de florestas, incluindo a Amazônia, pelo desperdício de água (recurso finito), pela contaminação do solo e da água por meio dos dejetos dos animais, e pela produção de metano (gás de efeito estufa) por meio das flatulências dos animais – fatores que contribuem para as mudanças climáticas e para o colapso do planeta.
Sofrimento animal
Para que o leite e seus derivados sejam comercializados, vacas são condenadas a vidas miseráveis. Emocionalmente, elas sofrem ao ver seus bezerros serem levados embora – para viver vidas igualmente ruins até serem mortos. É comum ouvir vacas mugirem desesperadamente no momento da separação. Os filhotes, por sua vez, também se desesperam. Esse processo doloroso se repete inúmeras vezes durante a vida das vacas, que são inseminadas através de um procedimento extremamente invasivo (por meio do qual produtores rurais enfiam seus braços dentro do ânus desses animais para implantar o sêmen de algum boi) e depois sofrem ao serem separadas de seus bebês. O amor de uma mãe pelo filho não é restrito à espécie humana e, por isso, as vacas vivem momentos tenebrosos ao perderem seus filhotes.
Não bastasse o sofrimento psicológico, as vacas sentem dores causadas pela mastite, uma inflamação que acomete suas mamas pesadas e anormalmente grandes, geradas através da alteração genética. Tratadas como máquinas, as vacas são presas em espaços reduzidos, nos quais não conseguem sequer se locomover livremente, para que seja realizado o procedimento de extração de leite.
Esses animais também são queimados com ferro quente usado para fazer marcações em suas peles e são transportados em caminhões superlotados, em meio às próprias fezes e urina e sem espaço para locomoção e descanso.
Quando param de produzir, são mortas. Muitas precisam ser carregadas porque ficam tão exaustas e doentes após anos de exploração, negligência e crueldade, que não têm forças para andar.