O pit bull de dois anos tem um olhar dócil, quase um convite ao carinho. Timidamente, ele abana o rabinho pedindo a atenção de quem visita o canil da organização não governamental Abrigo Animal, no bairro Vila Nova, em Joinville (SC). Mas nem a carinhosa recepção do cão deixa a história menos deprimente: há três dias, ele foi recolhido das ruas com as duas orelhas praticamente decepadas.
O animal foi alvo da crueldade humana. “Alguém cortou a orelha dele com uma faca ou uma tesoura e não tratou. Provavelmente, abandonaram depois que viram o resultado, por isso ficou desse jeito”, explica a voluntária Sônia Hasse. A Polícia Militar recolheu o bicho no bairro Jardim Iririú, mas não sabe quem foi o autor da crueldade. “Ele foi levado para uma clínica e agora está aqui, ainda em tratamento. Mas vai ficar bom”, afirma Sônia.
Se fosse encontrado, o autor dos maus-tratos poderia até ser enquadrado em crime ambiental. Além das legislações estadual e federal, o Código de Posturas de Joinville também estabelece punição para atos de violência, castigo ou abandono de animais.
Casos como este são mais comuns do que se imagina. No Abrigo Animal, dezenas dos cerca de 850 animais foram recolhidos com alguma sequela causada por crueldade. Um macho da raça akita também teve a orelha cortada. O trauma deixou o animal agressivo. “Ele é bravo, é difícil chegar perto dele”, conta Sonia.
Os animais que chegam com alguma doença ou sequela são tratados, vacinados, castrados e entregues para adoção. Há filhotes e adultos na lista, de todos os tipos e tamanhos. O pit bull recolhido no início da semana é um dos que esperam um novo tutor.
Fonte: A Notícia