A viagem começa nesta sexta-feira e os animais chegam a Mamanguape no sábado. A piscina gigante foi instalada na carroceria de um caminhão Munck (guindaste). A viagem é de pouco mais de 100 quilômetros, pela BR-101, e será feita de madrugada, para evitar a insolação.
Durante todo o percurso, os peixes-bois terão os sinais vitais (respiração, batimentos cardíacos etc.) monitorados por veterinários e receberão massagens à base de óleo vegetal, para reduzir o estresse.
Os animais foram resgatados anos atrás, com ferimentos, em praias do litoral nordestino e levados para o CMA, que funciona como um hospital de peixes-bois. Lá, eles receberam os primeiros socorros, foram alimentados com mamadeira e reabilitados. Agora, estão prontos para fazer o retorno a seu habitat.
O peixe-boi é uma espécie em extinção. De acordo com o Instituto Chico Mendes, o animal aparece no Livro Vermelho da Fauna Brasileira como “criticamente ameaçado”, grau mais alto de risco. Estima-se que existam hoje apenas 500 animais vivendo no litoral entre Alagoas e Amapá. Os peixes-bois são animais dóceis e carismáticos. Por isso, são alvos fáceis de predadores de todos os tipos. Têm hábitos solitários e raramente são vistos em grupo fora da época de acasalamento.
Ao nascer, têm cerca de um metro e pesam em torno de 40 quilos. Quando adultos, podem medir até quatro metros e pesar em torno de 500 quilos. Durante os primeiros dois anos de vida, vivem com suas mães e se alimentam de leite. Depois do desmame, passam a se alimentar de algas, aguapés, capins aquáticos, entre outras vegetações aquáticas. São uns comilões. Podem consumir até 10% de seu peso em plantas por dia, alimentando-se até oito horas sem parar.
Fonte: O Globo