Todos os anos encalham nas praias do Brasil pinguins oriundos da Patagônia argentina que sobem o Atlântico à procura dos cardumes dos quais se alimentam. Mas, ao contrário do que habitualmente faz quem os encontra nos areais, os animais devem ser mantidos numa caixa, forrada com papel de jornal, que deverá ser mantida num local seco e aquecido .
O alerta é de Luis Felipe Mayorga, do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM), uma associação civil criada em 2010 com a finalidade principal de suprir a deficiência no atendimento às aves marinhas do estado do Espírito Santo, principalmente no inverno.
Trata-se sobretudo de pinguins de magalhães (Spheniscus magellanicus), que encalham normalmente por não encontrarem alimento, pelo que quando são resgatados estão magros, em hipotermia e com muita fome. “Infelizmente, muitas pessoas associam o pinguim ao ambiente gelado e colocam-nos no frigorífico, em caixas com gelo ou em piscinas, pensando que estão a ajudá-los, mas acabam por lhes provocar a morte”, explica Luis Felipe Mayorga.
Quando encalham nas praias, os pinguins perderam já a sua capacidade de isolamento térmico. Se os molharmos ou colocarmos em ambientes frios, eles acabarão por morrer. Devem, por isso, ser mantidos numa caixa, de preferência com uma lâmpada incandescente ou garrafas com água morna para mantê-los aquecidos. O animal deve ser encaminhado o mais rápido possível para a instituição local responsável pelo acolhimentos destes animais.
No ano passado, encalharam nas praias do estado do Espírito Santo 192 pinguins. Este ano, só no mês de junho, são já cinco, o que é um fator preocupante tendo em conta que habitualmente estes animais começam a aparecer só em julho.
Fonte: Os Bichos