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LISTA VERMELHA

Pinguins-africanos são classificados como criticamente ameaçados pela IUCN

A principal ameaça à espécie é a pesca, mas as mudanças climáticas e poluição de seu habitat também prejudicam a espécie

30 de outubro de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Sander Spek | Wikimedia Commons

O pinguim-africano, também conhecido como pinguim-do-cabo, está agora criticamente ameaçado e à beira da extinção. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) recentemente reclassificou essa espécie de “Em Perigo” para “Criticamente Ameaçada”.

O pinguim-africano perdeu 97% de sua população e, a menos que intensifiquemos os esforços, eles podem desaparecer em menos de 10 anos.

A espécie enfrenta várias ameaças, sendo a pesca , que acaba com seus principais alimentos, uma das mais graves. Os pinguins ficam famintos e têm dificuldade em se reproduzir.

A situação se tornou tão crítica que a Fundação Sul-Africana para a Conservação das Aves Costeiras (SANCCOB) e a BirdLife South Africa estão processando o governo sul-africano para garantir melhor proteção a essas aves.

Pinguins à beira da extinção

O pinguim-africano se tornou a primeira das 18 espécies globais de pinguins a ser classificada como “Criticamente Ameaçada”. A reclassificação do pinguim-africano para “Criticamente Ameaçado” é um alerta vermelho, sinalizando a necessidade urgente de ação colaborativa.

Esses pinguins habitam seis colônias que representam 76% de sua população global. Essas colônias estão localizadas em zonas de exclusão, onde a pesca comercial é proibida.

No entanto, essas zonas estão longe de ser suficientes para a proteção dos pinguins. Elas não fornecem proteção suficiente para as áreas de alimentação, forçando a espécie a competir diretamente com a pesca por sua comida.

Segundo Alistair McInnes da BirdLife South Africa e Richard Sherley da Universidade de Exeter, na Inglaterra, é necessário acabar com a pesca.

Os pinguins-africanos também estão lidando com mudanças ambientais que desafiam sua sobrevivência. Por exemplo, as mudanças climáticas alteraram as correntes oceânicas, afetando a localização de sua comida.

Além disso, a poluição causada por derramamentos de óleo e plásticos prejudica seu habitat e saúde. Cientistas estão estudando como esses problemas impactam as populações de pinguins, ressaltando a necessidade de fortes esforços de proteção.

“A reclassificação do pinguim-africano para Criticamente Ameaçado destaca um problema muito maior com a saúde do nosso ambiente. Apesar de serem bem conhecidos e estudados, esses pinguins ainda enfrentam a extinção, mostrando o quão severo se tornou o dano aos nossos ecossistemas”, disse Sherley. “Se uma espécie tão icônica como o pinguim-africano está lutando para sobreviver, isso levanta a questão de quantas outras espécies estão desaparecendo sem que sequer percebamos. Precisamos agir agora – não apenas pelos pinguins, mas para proteger a biodiversidade mais ampla, que é crucial para o futuro do planeta.”

Ação legal para proteger a espécie

SANCCOB e BirdLife South Africa não estão apenas observando. Eles se uniram para iniciar uma ação legal contra o Ministro de Florestas, Pesca e Meio Ambiente da África do Sul.

Essas organizações estão contestando o que chamam de fechamentos de ilhas “biologicamente insignificantes” para a pesca com cerco próximo às colônias essenciais de pinguins-africanos. Além disso, estão mobilizando a comunidade internacional por meio de uma petição OnlyOne.

O objetivo é pressionar governos de todo o mundo para tomarem as medidas necessárias para proteger os pinguins-africanos da extinção.

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