Os primeiros nove dias de setembro já garantiram ao Piauí o 5° lugar no ranking de estados com maior número de focos de incêndios florestais do Brasil. Ao todo, foram 776 queimadas registradas no estado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A quantidade de incêndios registrados no Piauí corresponde a quase 8% do total de focos de queimada ocorridos em todo o Brasil. A 260 quilômetros de distância de Teresina, o município de Pimenteiras foi o que registrou o maior número de queimadas no estado nos primeiros dias do mês, com 74 focos, o que equivale a 9,5% do total registrado no Piauí.
Uruçuí, a 460 km da capital, bateu recorde no estado quando se considera o período de 1° de janeiro a 9 de setembro. De acordo com dados do Inpe, foram 449 queimadas registradas no período, 10% do total no estado.
O instituto também divulgou dados sobre dois incêndios de grandes proporções ocorridos na região Norte e Sul do Piauí. Um deles, em São Raimundo Nonato, obrigou famílias a abandonarem suas casas e, embora tenha começado a avançar no sentido dos Parques Nacionais Serra das Confusões e Serra da Capivara, foi controlado na quinta-feira (9).
Já na divisa com o Ceará, mais de 18 mil hectares de vegetação foram queimados entre os municípios de Milton Brandão e Buriti dos Montes. Considerado o segundo incêndio de grandes proporções sofrido pelo estado, houve registro de propriedades rurais devastadas pelas chamas, famílias desabrigadas e animais mortos. Foram necessários 16 dias de trabalho árduo para a força-tarefa, composta por bombeiros e brigadistas civis, conseguir controlar a queimada.
Impacto das queimadas sobre os animais
Além da destruição da vegetação, a queimada também impacta os animais e são potencialmente letais para a fauna silvestre de diferentes formas. Muitos animais agonizam em meio às chamas e morrem carbonizados, outros não sobrevivem em decorrência das infecções causadas pelas queimaduras e muitos são atropelados em rodovias enquanto tentam escapar das chamas.
Há ainda casos de animais que sobrevivem aos incêndios, mas morrem ao desenvolver quadros de desnutrição e desidratação decorrentes da escassez de alimento e água comum em habitats devastados pelo fogo.