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Piauí é referência na preservação do peixe-boi marinho

20 de novembro de 2015
3 min. de leitura
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Divulgação

Há 40 anos atrás existiu, na região do Cajueiro da Praia, litoral do Piauí, a caça do peixe-boi. A carne vista como afrodisíaca, a pele muito grossa sendo aproveitada para vários fins e a gordura utilizada para acender lamparina, tornou o animal muito rentável para os caçadores.
“Foi feito um trabalho de conscientização junto com os nativos, explicando que é mito o poder afrodisíaco da carne. Hoje acredito que temos de 40 a 50 peixes-bois por aqui com a perspectiva de aumento populacional”, explica Márcio Rocha, monitor do Projeto Peixe-Boi Marinho.
O peixe-boi está entre os animais marinhos na lista dos mais ameaçados de extinção no mundo. No Cajueiro da Praia, o Projeto Peixe-Boi realiza o monitoramento do animal. Três vezes por semana uma equipe de biólogos vai até uma plataforma fixada em alto mar, onde os peixes-bois podem ser observados em seu habitat.
Quando há turistas na praia, o Projeto abre espaço no barco para realizar um passeio no horário mais propício para observa-los, entre 6h e 9h da manhã. “Conforme o animal aparece, nós anotamos os dados, costumes, se ele é do local ou está de passagem pela região. É um atrativo turístico. Só que, muitos pensam que temos eles em cativeiro. Sabemos que fazer esse acompanhamento com o animal livre é melhor para sua sobrevivência”, conta Márcio.
Características e costumes do Peixe-Boi
O peixe-boi é um mamífero aquático que pode chegar a quatro metros e pesar 800 quilos. O mamífero habita geralmente em águas costeiras e estuarinas quentes e rasas, além de pântanos. A espécie que vive no Cajueiro da Praia, o peixe-boi-marinho, também pode ser encontrada no México, Estados Unidos, Colômbia, Venezuela, Guianas e no Suriname.
O peixe-boi só se alimenta de vegetais marinhos, chegando a comer até 50% do seu peso. “Já pegamos um de 600 quilos. As fezes dele servem de fertilizante e de alimento para outros animais. Então, o cuidado com o peixe-boi é muito importante para a preservação do ecossistema”, evidencia o monitor.
A gestação do peixe-boi é muito longa, dura 14 meses e a fêmea amamenta seu filhote até ele completar dois anos de vida. Geralmente, nasce apenas um filhote por gestação.
Outras espécies
No Cajueiro também é possível encontrar golfinhos, cavalo-marinho e tartarugas-marinhas. “De todas as sete espécies de tartarugas catalogadas em todo o mundo, aqui nós temos cinco”.
O Projeto Peixe-Boi trabalha com a população a conservação também dessas outras espécies. Em conversas com os nativos, é explicado crendices populares, como o uso do cavalo-marinho para o tratamento da asma.
O Projeto Peixe-Boi Marinho
Fundado em 1996 através de uma iniciativa governamental, parceria entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Fundação Mamíferos Aquáticos, o Projeto Peixe-Boi Marinho tem sua sede no município Cajueiro da Praia.
No Delta do Parnaíba foi criada uma Área de Proteção Ambiental (APA) tendo como principal mote a conservação da vida do peixe-boi. O Projeto é o único do mundo onde é executado o monitoramento das espécies em mar aberto.
Cajueiro da Praia foi o primeiro município brasileiro a conceder o título de patrimônio natural ao peixe-boi marinho, em 2005. Nesse ano foi registrado o parto natural da espécie sem auxílio de profissionais.
Foto: Projeto Peixe-Boi Marinho
Foto: Projeto Peixe-Boi Marinho

Fonte: Capital Teresina

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