O proprietário e administrador do Instituto Pró Caatinga, Organização Não Governamental (ONG) Centro de Conservação Répteis da Caatinga, localizado no distrito de São José da Mata, em Campina Grande, foi preso ontem durante a Operação Arapongas, deflagrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo a coordenadora da operação, a analista ambiental Luiza Gonçalves, o instituto estaria praticando tráfico de animais e usando a autorização do Ibama para negociar animais silvestres.
O proprietário do instituto foi preso nas proximidades da cidade de Puxinanã. No local, também foram apreendidos 277 animais, dentre eles 59 espécies exóticas, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal. Também foi apreendida uma arma com a numeração raspada, sendo feita a prisão em flagrante do paraibano Silvaney de Medeiros.
A Operação Arapongas desarticulou uma organização criminosa de tráfico e comércio de animais em sete estados brasileiros (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e na Paraíba) e resultou na prisão de seis pessoas. Em todo o país foram apreendidos mais de 2,3 mil animais entre cobras, jacarés, anfíbios e aves. Além do diretor da ONG preso na Paraíba, foram
detidos também duas pessoas em São Paulo, sendo um na Capital e um no interior; um em Minas Gerais e um casal no Paraná.
A chefe de fiscalização do Ibama no Paraná, Maria Luiza Souza, informou que a investigação começou a partir de denúncias de que um site comercializava animais sem autorização. Para convencer os clientes a comprar os animais, o site informava que os animais estavam legalizados no Ibama. No site, havia espécies exóticas e algumas em extinção, como a arara azul, que era oferecida
por R$ 55 mil, representando a compra mais cara. Segundo o superintendente do Ibama da Paraíba, Ronilson Paz, a conexão com o Estado começou a ser desvendada no início do ano quando foi descoberta uma compra ilegal de uma iguana através dos Correios.
De acordo com a polícia, o site de vendas foi criado pelo casal preso no Paraná, na cidade de Arapongas, que deu nome à operação. “O site não é legalizado no Ibama”, disse Maria Luiza. De acordo com ela, durante a investigação, foram identificados 19 criadouros no país que forneciam os animais para que o casal os vendesse. Desse total, há pelo menos duas ONGs que tinham autorização do instituto para criar espécies para fins de pesquisa e estava aproveitando a licença do Ibama para comercializar os animais.
De acordo com a PF, os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de fauna, tráfico de animais silvestres nativos, estelionato, sonegação fiscal, falsidade ideológica e biopirataria, entre outros. Ao todo, a Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de Curitiba (PR) expediu seis mandados de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão. A operação contou com 150 policiais federais e 106 fiscais do Ibama.
Fonte: Jornal da Paraíba