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PREOCUPAÇÃO

PF investiga falhas em criadouro ao apurar surto de vírus em ararinhas-azuis reintroduzidas na Caatinga

Operação Blue Hope apreende celulares e computadores; ICMBio confirma infecção nas 11 aves soltas na natureza e outros 20 casos em cativeiro

5 de dezembro de 2025
2 min. de leitura
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Ararinhas-azuis. Foto: ©Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP)/ICMBio

A Polícia Federal abriu uma investigação para esclarecer a disseminação de um circovírus potencialmente letal entre ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii), espécie criticamente ameaçada na Caatinga, informou o jornal O Globo.

A apuração ganhou força nesta quarta-feira (03/12), com a deflagração da Operação Blue Hope, que apreendeu celulares e computadores no criadouro responsável pelos animais infectados, localizado em Curaçá (BA). Os investigados podem responder por obstrução da fiscalização ambiental e disseminação de doença.

O caso veio à tona após o ICMBio confirmar que as 11 ararinhas liberadas na natureza testaram positivo para o vírus, considerado sem cura e capaz de provocar deformações no bico e alterações nas penas.

Outros 20 casos foram identificados em cativeiro, embora o instituto ressalte que a interpretação dos testes é complexa. O criadouro baiano foi multado em R$ 1,8 milhão por não adotar protocolos de biossegurança para conter a disseminação.

As ararinhas-azuis, que foram declaradas extintas na natureza por mais de duas décadas, começaram a ser reintroduzidas em 2020, quando 20 exemplares criados na Alemanha retornaram ao Brasil em um dos projetos de conservação do país. A gestão do plantel, contudo, é marcada por disputas entre criadores privados e autoridades brasileiras.

O centro investigado, parceiro da Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), que detém 75% dos exemplares registrados no mundo, descumpriu uma ordem judicial para recapturar aves e nega negligência. Segundo informou à AFP, apenas cinco das 103 aves sob seus cuidados teriam testado positivo e a espécie seria “resistente ao circovírus”.

A parceria com a ACTP já vinha sendo questionada. Em 2024, o governo federal encerrou um convênio após a entidade vender, sem autorização, 26 ararinhas para um zoológico na Índia.

Fonte: Um só Planeta

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