A Polícia Federal identificou integrantes de uma quadrilha que acredita ser a maior do país no tráfico internacional de animais silvestres. Foram expedidos mandados de prisão contra 32 pessoas em 12 cidades dos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, que estão sendo cumpridos nesta quarta-feira, além de 42 mandados de busca e apreensão em repartições públicas e residências. Uma empresa e uma pessoa física tiveram o sequestro de seus bens determinado pela Justiça.
Os animais, principalmente as aves da fauna brasileira e exótica, alcançam preços exorbitantes no mercado internacional. Segundo a PF, que começou a investigar o esquema há oito meses, entre os envolvidos estão servidores públicos que ocupam cargos nos quais deveria justamente fiscalizar e reprimir crimes ambientais. A quadrilha também atuava no sentido inverso, trazendo animais para o Brasil.
A operação, batizada de São Francisco, tem o apoio da Interpol, a polícia internacional, que cumpre mandados de busca e apreensão também no exterior. No Brasil, buscas e prisões estão sendo realizadas nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, no Paraná; São Paulo, Ribeirão Preto, Araraquara, Piracicaba, Campinas e Capivari, em São Paulo; e Florianópolis.
Duas apreensões já foram feitas durante a investigação. Uma delas ocorreu no aeroporto de Guarulhos, onde foi surpreendido um estrangeiro que chegava ao Brasil trazendo 64 ovos. Ele foi foi flagrado quando um dos ovos eclodiu.
Os integrantes da quadrilha responderão por maus-tratos de animais, tráfico internacional de espécies das faunas nativa e exótica, receptação, formação de quadrilha, falsificação públicos, tráfico de influência, crimes contra a ordem tributária e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
Os animais encontrados vivos em cativeiro estão sendo apreendidos pelo Ibama e encaminhados a um centro de animais. Os que foram contrabandeados para o Brasil, se houver condições, serão devolvidos a seus países de origem. Os exemplares brasileiros levados clandestinamente serão repatriados.
Fonte: O Globo