Um cavalo morreu durante as gravações da segunda temporada de “A Idade Dourada”, da HBO. O animal faleceu no dia 28 de junho, mas a morte foi confirmada apenas na última quinta (7/6). A PETA (People for the Ethical Treatment of Animals; Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, em tradução livre), publicou diversos comunicados ainda ontem exigindo que a emissora se responsabilize e abra uma investigação sobre a morte.
O caso teria ocorrido no condado de Nassau, em Nova York, depois que o cavalo “sofreu traumatismo craniano e foi visto espumando pela boca”, de acordo com relatos de testemunhas e de um denunciante da PETA. O animal envolvido teria 22 anos e já havia participado de sets de filmagem antes. Em média, um cavalo vive de 25 a 35 anos.
De acordo com o Deadline, o cavalo começou a gravar 15 minutos após um período de descanso de uma hora. A cena envolvia uma carruagem e dois passageiros. As filmagens foram interrompidas imediatamente depois que tentaram ajudar o cavalo ainda no set, mas sem sucesso. Informações preliminares de um veterinário indicam que o animal não apresentava sinais de desconforto antes do colapso.
“Se não fosse por esses denunciantes, a aparente morte desse cavalo vulnerável provavelmente teria sido varrida para debaixo do tapete”, disse a vice-presidente da PETA, Kathy Guillermo, no comunicado. “A PETA está lembrando a HBO que pessoas atentas e compassivas podem ser encontradas em todos os sets e está pedindo que pare de usar cavalos antes que mais alguém morra em suas produções”, continuou.
A PETA lamentou a perda de outro equino após três mortes no set da série “Luck” em 2012. A produção da HBO que falava sobre o universo das corridas de cavalos foi cancelada depois dos incidentes. “Esses animais eram impróprios, artríticos, drogados e levados além de suas capacidades”, disse a carta.
“Muitos não estavam acostumados a sets de filmagem e não receberam treinamento, mas eram cavalos de corrida aposentados. Esperávamos que a HBO pudesse ter aprendido algo com essa experiência: ou seja, que cavalos não são acessórios. Eles são animais sensíveis que podem se assustar facilmente e devem se acostumar gradualmente às mudanças nas condições de um set.
Eles não devem ser usados em produções cinematográficas ou televisivas”, finalizou a PETA. Courtney Penley, coordenadora de animais em cinema e televisão da PETA, também divulgou uma declaração sobre o caso: “Estamos pedindo à HBO que confirme a morte, conduza uma investigação interna imediata sobre o incidente. Por fim, pedimos que tomem medidas para que algo semelhante nunca mais aconteça”.
Após a denúncia da PETA, a HBO publicou, na quinta (7), um comunicado oficial sobre a ocorrência, e alegou que faria o inquérito. A empresa disse que o cavalo desmaiou e morreu “provavelmente de causas naturais”. Em nota, a HBO ainda afirmou que a segurança no set sempre foi uma “prioridade máxima”.
Confira a nota da emissora na íntegra:
“A HBO ficou triste ao saber que em 28 de junho, durante as filmagens no set de “A Idade Dourada”, um cavalo desmaiou e morreu, provavelmente de causas naturais, de acordo com as descobertas preliminares de um veterinário. A segurança e o bem-estar dos animais em todas as nossas produções é uma prioridade, e os produtores de “A Idade Dourada” trabalham com a American Humane para garantir o cumprimento total de todas as precauções de segurança. Seguindo a recomendação da AHA, o cavalo foi transportado para uma instalação para uma necropsia completa.
A AHA entrevistou todo o pessoal envolvido e os resultados completos da necropsia estão pendentes”. “A Idade Dourada” estreou em janeiro deste ano. A série, ambientada em 1882, acompanha os conflitos entre as pessoas tradicionalmente ricas de Nova York e os ascendentes à fortuna.
Nota da redação: Por trás deste tipo de entretenimento, existe dor e sofrimento. Além do risco de acidentes e morte, como aconteceu neste caso, a tração animal causa dores físicas significativas que permanecem durante toda a vida de exploração. Os animais são obrigados a carregar cargas pesadas ou são chicoteados ou atingidos com outros objetos para fazê-los correr. Eles sofrem também de estresse e dores psicológicas. É comum que estes animais sejam explorados até a morte, e muitas vezes morrem por exaustão. Hoje, temos tecnologia suficiente para substituir tais práticas. Pedimos o fim da tração animal.
Fonte: Hugo Gloss
