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MEIO AMBIENTE

Pesquisas na Amazônia são retomadas após hiato durante a pandemia

A perda de vegetação no estado amazonense representou a pior variação no bioma, com alta de 50% de agosto de 2021 a julho de 2022

12 de setembro de 2022
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O impacto da pandemia em Manaus, capital do Amazonas, afetou também a produção científica no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Vista do alto da torre do Museu da Amazônia, no Jardim Botânico do Inpa            Foto: André Dib

O Amazonas foi um dos estados mais afetados pela pandemia de covid-19, com mais de 600 mil casos, 14 mil mortes e o epicentro de duas ondas epidêmicas graves. No entanto, o período pandêmico não impediu ações criminosas que provocaram o maior índice de desmatamento na Amazônia Legal em 15 anos, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. A perda de vegetação no estado amazonense representou a pior variação no bioma, com alta de 50% de agosto de 2021 a julho de 2022.

Os trabalhos científicos em campo foram paralisados por dois anos no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), situado em Manaus, capital do Amazonas. Nesse período, os pesquisadores do Inpa, um dos maiores centros da ciência do bioma, sentiram a perda de pessoas que dedicaram anos e paixão no estudo da biodiversidade da floresta, a exemplo do falecimento do engenheiro agrônomo e ex-diretor do instituto, Enéas Salati, em fevereiro deste ano.

A impossibilidade de ir a campo por questões sanitárias abriu uma enorme interrogação sobre a continuidade dos estudos, a ausência de informação no período e até mesmo perdas de patrocínios e apoios. Alguns dados que só poderiam ser coletados in situ serão irrecuperáveis. No entanto, nesse período houve uma série de descobertas a partir de materiais já coletados, uma alternativa da ciência durante a reclusão pandêmica.

No segundo trimestre deste ano, os pesquisadores do Inpa começaram a reestruturar seus trabalhos, dar continuidade às pesquisas, rever estudos e entender os caminhos para recuperar a quebra na sequência da produção de dados.

A paralisação de dois anos de pesquisas em campo afetou significativamente projetos de longo prazo. “São dados que não vamos mais recuperar”, refletiu Vera da Silva, na sede do Inpa. Vera é pesquisadora do instituto desde 1981 e coordena o projeto Boto, em parceria com a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, e o Mamíferos Aquáticos da Amazônia, com a Associação dos Amigos do Peixe-Boi.

Os botos são uma espécie que vive entre 35 e 40 anos. Na Reserva Mamirauá, no rio Solimões, o projeto coordenado por Vera captura, marca e solta os animais há 25 anos – um aspecto fundamental do trabalho. A impossibilidade de ir a campo por conta da pandemia evidenciou a importância do monitoramento contínuo, da observação do comportamento dos indivíduos e o estudo populacional da espécie. Com a equipe permanente em campo, era possível ter informações importantes sobre o dia a dia dos animais, como onde os botos marcados iam, com quem e o quê faziam. “Era como uma novela”, brinca Vera. O projeto tem acompanhado especialmente filhotes e fêmeas.

O contexto da covid-19 interrompeu as capturas e o acompanhamento permanente dos botos. Com isso, essas informações no período são desconhecidas. “É como perder dois anos de vida de qualquer indivíduo humano que você não tem mais contato”, conta Vera. “Não se sabe o que aconteceu nesse meio tempo, se nasceram indivíduos, se morreram animais, se morreram filhotes e quais as causas. Agora temos um hiato, uma falha.”

Na retomada dos trabalhos em campo, Vera prosseguiu o monitoramento feito com uma população especial de botos nas águas do lago do reservatório da usina hidrelétrica de Balbina, no município amazonense de Presidente Figueiredo, construída de 1985 a 1989. Vera acompanhou e auxiliou no trabalho de manejo da fauna que seria impactada.

Os botos-cor-de-rosa – o mamífero aquático mais ameaçado da Amazônia – são monitorados na região do reservatório há três décadas, especialmente uma população isolada no lago da usina, que é acompanhada por pesquisadores do Inpa com o apoio da Associação Amigos do Peixe-Boi. Estudos de comportamento vocal e contagem por visualização, feitos antes da pandemia, estão sendo retomados aos poucos.

A região do reservatório, que tem pouca profundidade, é usada como turismo pela população local e tem ao fundo o “paliteiro”, uma extensa área de árvores mortas secas que saem pela água, e dão a sensação de um “deserto aquático”. São remanescentes da área inundada na construção da hidrelétrica, já que a cobertura original não foi removida. Entre turistas e paliteiros, um grupo de botos dança na água em um dos braços do reservatório, com toques leves e movimentos sincronizados, em uma atividade de reprodução.

Na área da Reserva de Mamirauá, as pesquisas em campo foram especialmente afetadas. A região é de difícil acesso, e a logística de deslocamento, permanência e trabalho em campo poderia colocar em risco a segurança sanitária dos pesquisadores. No período mais crítico da pandemia, o monitoramento de animais foi completamente suspenso.

Peixe-boi-da-amazônia em tanque no Bosque da Ciência, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus (AM). Coordenado por Vera da Silva, o projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia trabalha no processo de adaptação e reintrodução à natureza  Foto: André Dib

 

Boto-cor-de-rosa no rio Negro, na região do município de Iranduba (AM). Este boto fluvial é endêmico da Amazônia e também conhecido como boto-vermelho, boto-branco, Iara e uiara  Foto: André Dib

 

Vera da Silva, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia desde 1981, retomou o monitoramento de três décadas dos botos-cor-de-rosa. A cientista acompanha os botos que habitam a região da Usina Hidrelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo (AM)      Foto: André Dib

Com isso, informações valiosas foram perdidas e serão difíceis de recuperar no caso dos botos, a exemplo de uma sequência de gerações, com o acompanhamento de fêmeas e seus filhotes. “Eu sei se aquele filhote é o primeiro, se é fêmea, quando ela começa a se reproduzir também. Assim, chegamos até quatro gerações de animais. E agora nós perdemos este elo”, lamenta Vera.

Essa relação parental pode ser identificada pelo material genético, mas antes era feita com registros fotográficos e identificação de animais marcados. Todas essas informações existiam até o início da pandemia, mas desde então há um ponto de interrogação a respeito desses dados nos gráficos e relatórios.

Outros dados não obtidos no contexto pandêmico envolvem a conservação da espécie. Os pesquisadores do Inpa ainda não sabem o que aconteceu em relação à captura dos botos neste período. Então, farão um novo levantamento para ter um diagnóstico populacional. O financiamento é um grande desafio para esta retomada, um aspecto fundamental que afetou diversos projetos que atuam na Amazônia, sobretudo os que demandam a permanência em campo. Apenas uma expedição não é suficiente para conseguir todas as informações, observa Vera.

O levantamento sobre a população dos botos envolve a conexão entre ambientes, espécies e clima, e precisa acontecer em um longo período de tempo, por conta das variáveis ambientais – correnteza, nível da água ou até a presença de um cardume em um dia, o que pode gerar algumas atividades dos botos. “Podemos chegar em um dia e ter uma agregação de botos, mas horas depois, no mesmo lugar, não vemos nenhum”, explica a pesquisadora. “É uma atividade dos animais que se perdeu.”

Inaugurada em 1989, a Usina Hidrelétrica de Balbina represa o rio Uatumã. Um lago forma-se no período de cheia, habitado por espécies icônicas da Amazônia, como o boto-cor-de-rosa   Foto: André Dib

O projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, também coordenado por Vera da Silva, acompanha os peixes-boi. O impacto da pandemia limitou o atendimento e o resgate, por falta de equipe durante a pandemia tanto nas secretarias municipais de meio ambiente como no próprio projeto. Os resgates foram reduzidos pois requerem operações para levar os animais de determinadas áreas até as instalações do Inpa, em Manaus.

No local do projeto existem três grandes tanques para os diferentes estágios de adaptação e reintrodução dos animais, que chegam em distintos graus de crescimento e traumas. O Inpa hoje abriga 64 indivíduos, entre filhotes, jovens e adultos divididos nos tanques de mais de 10 metros de diâmetro e 3 metros de profundidade.

Os protocolos de soltura foram adaptados com a introdução da etapa do semi-cativeiro. Diversos animais chegam muito pequenos, às vezes ainda com o cordão umbilical ou dias de nascimento. Os filhotes são colocados em tanques de fibra de vidro e passam a receber mamadeira e depois alimentos cultivados. Portanto, tirar esses animais dos tanques e levar direto para a natureza não funcionaria. “Eles não têm familiaridade com o ciclo hidrológico na região. Não sabem se movimentar para buscar seu próprio alimento. Então, nós introduzimos essa etapa no processo de soltura”, explica Vera.

No semi-cativeiro, além de aprender a buscar alimento, os peixes-boi passam por uma série de exames de saúde, que garantem também que os filhotes não levem para a natureza possíveis doenças adquiridas no cativeiro. O resultado foi positivo. Na última década, 44 indivíduos foram reintroduzidos na natureza. Em 2021, o projeto realizou uma grande soltura de 13 indivíduos. Mas o espaço nos tanques do Inpa logo foi preenchido por outros 12 peixes-boi. A dinâmica de trabalho é intensa, da alimentação nos diferentes tanques ao remanejo de animais.

Rio Negro e ilhas do Anavilhanas, um arquipélago composto por aproximadamente 400 ilhas, protegidas por uma unidade de conservação. A região fica a 100 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas    Foto: André Dib

 

Dois anos depois da descoberta, o ornitólogo Mario Cohn-Haft retomou seus estudos sobre a estadia da andorinha-azul em uma ilha do rio Negro – um berçário de aves migratórias        Foto: André Dib

O contato com a comunidade local é uma parte bastante importante no desenvolvimento do projeto de pesquisa e conservação de mamíferos aquáticos. Envolve a troca de informações e o trabalho de educação sobre o boto-cor-de-rosa e o peixe-boi. Nessa interação, obtêm-se informações sobre redes de pesca com emalhe acidental, pesca ilegal e contaminantes nas águas – as principais ameaças para estes animais.

A pandemia também afetou a comunicação entre pesquisadores e representantes locais. “Sabemos que os pescadores continuam colocando suas redes para ter seu peixe para alimentação, assim como os pescadores comerciais”, explica Vera. “Mas nós perdemos o contato que tínhamos constantemente com as pessoas nas comunidades, nas cidades ribeirinhas, que forneciam informações sobre chegada de animal resgatado ou a captura de algum animal morto, por exemplo. Tudo isso foi bastante prejudicado.”

O papel dos grandes mamíferos é extremamente importante na natureza e no sistema ecológico dos rios amazônicos. Durante a cheia na Amazônia, crescem os campos de capim flutuante e rios. Canais e lagos podem ser bloqueados pelo excesso dessa vegetação flutuante, o que pode impedir a navegação. “Os peixes-boi são como uma espécie de máquina trituradora dessa massa vegetal, transformando esse elemento grande em partículas menores que são utilizadas por peixes e outros organismos aquáticos e na sua própria alimentação”, observa a pesquisadora.

As fezes e a urina do peixe-boi são outras grandes contribuições para o equilíbrio do ecossistema aquático, pois levam nutrientes para ambientes e águas consideradas pobres nesta questão. “Os herbívoros aquáticos têm esse papel ecológico importante”, explica Vera. “Sem esses animais temos uma quebra desse elo, que é a nutrição e a alimentação dessa cadeia que existe nas águas da Amazônia.”

Aliado às iniciativas de pesquisa, a conservação dos mamíferos aquáticos fomenta a economia no Médio Solimões. Um flutuante permite a observação de botos-cor-de-rosa, sob uma série de regras para que a atividade turística não impacte os animais.

O escalador José Adailton da Silva coleta amostras de material botânico no dossel das árvores amazônicas, no Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, em Rio Preto da Eva (AM).
Foto: André Dib

 

O biólogo Francisco Farroñay herboriza uma amostra de material botânico coletado durante trabalho de campo do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, em Rio Preto da Eva (AM)         Foto: André Dib

O inverno das andorinhas

Navegando no entardecer em um dos braços do rio Negro, o ornitólogo Mario Cohn-Haft está atrás dos últimos registros da andorinha-azul, uma espécie que se reproduz na América do Norte e se tornou símbolo para a natureza e o fenômeno da migração de aves. Pesquisador do Inpa desde 1987, Mario descobriu, pouco antes da pandemia, um ponto de descanso e dormitório das aves em uma ilha no rio.

“A andorinha-azul é uma espécie querida na América do Norte, porque só se reproduz em casinhas artificiais colocadas pelos moradores nos quintais das casas. Não têm cavidades naturais [na natureza] para estas aves se reproduzirem, pois estão ocupadas por outras espécies. Mas elas passam o inverno aqui e nós não sabemos muita coisa sobre”, explica Mario, enquanto, pelo binóculo, observa uma ilha formada no meio do rio.

A espécie está em declínio e prestes a ser considerada ameaçada. Portanto, entender as causas é importante para a comunidade científica. Os pesquisadores suspeitam de pressões como a poluição ou o uso de agrotóxico, entre outras. “O primeiro passo foi identificar o lugar de dormitório, onde se aglomeram centenas de milhares que não estão em fase reprodutiva, e tentar entender o que fazem quando estão aqui”, conta Mario. “Estão maltratadas? Absorvem veneno de algum tipo? Não encontram o suficiente para comer? O declínio registrado na América do Norte acontece enquanto estão aqui?”

Pesquisadoras do Inpa iniciaram a coleta de informações em 2019, como a quantidade e o impacto do guano (fezes acumuladas) das andorinhas-azuis na água e na fertilização do rio Negro – um dos rios mais pobres em nutrientes do mundo. O estudo foi ampliado em 2020, mas interrompido pela pandemia. Outra linha de pesquisa envolve o monitoramento de peixes, insetos aquáticos, as algas nas folhas das plantas e o próprio solo da ilha quando seca, para analisar as diferenças. Porém, o trabalho em campo foi paralisado em poucos meses, diante da covid-19. Os estudos foram retomados em maio passado.

Besouros do gênero Coleoptera na Coleção de Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia   Foto: André Dib

 

Abelhas amazônicas da espécie Exaerete frontalis na Coleção de Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia         Foto: André Dib

 

O entomologista Marcio Luiz de Oliveira observa detalhes de um inseto em um microscópio. O pesquisador coordena a Coleção de invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia     Foto: André Dib

Biblioteca da natureza

Conforme os projetos de pesquisa são retomados, preenchem-se importantes lacunas de conhecimento. Em maio, pesquisadores do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, do Inpa, realizaram coletas no acampamento Km 37, próximo a Manaus, para o segundo censo de monitoramento de árvores.

O botânico Francisco Farroñay e o escalador José Adailton Correia da Silva formavam uma dupla empolgada. Depois de dois anos sem campo, as questões dos cientistas giravam em torno do crescimento de árvores e da quantidade de novas espécies. Enquanto Francisco identificava espécies, José se preparava para escalar árvores de 40 metros, para a coleta de galhos e folhas do dossel.

Francisco se destaca entre os coordenadores do programa, considerado um prodígio na identificação de espécies de plantas. Em meio às trilhas, o cientista peruano conta um aspecto que a pandemia trouxe. Com a suspensão das atividades de campo, Francisco revisava amostras da coleção do herbário do Inpa, na pasta do gênero Macrolobium – da família de leguminosas, como feijão e soja – quando se deparou com uma espécie “meio estranha”.

“Não batia com o nome que estava descrito”, conta o botânico. “Encontrei em mais cinco coletas e, depois de estudar as flores e folhas, entendi que poderia ser uma espécie nova para a ciência, ainda não descrita.”

Por enquanto, sabe-se que a planta ocorre nos habitats alagáveis dos tributários do rio Negro. Depois de coletar mais amostras em uma expedição ao rio Manicoré, no estado do Amazonas, o pesquisador iniciou o processo de descrição da nova espécie, que em breve será publicada oficialmente. O nome da nova planta homenageará Paulo Apóstolo Costa Lima Assunção, um botânico autodidata que ajudou a formar diversas gerações de botânicos e biólogos na Amazônia. Paulo “Boca”, como era conhecido, faleceu em janeiro de 2021, vítima da covid-19. “Foi um grande conhecedor da flora amazônica, praticamente uma ‘biblioteca andante’ sobre plantas. Paulo gostava de ensinar e treinar jovens na arte de identificação da enorme diversidade de plantas da Amazônia”, observa Francisco.

O olhar atento para grandes acervos ocorre também na coleção de invertebrados do Inpa, em Manaus. No dia da visita desta reportagem, o entomologista Marcio Luiz de Oliveira, coordenador do acervo, recebia dois jovens pesquisadores de universidades de outros estados, convocados para ajudar na identificação de vespas. Na revisão dessa coleção, já haviam sido descobertas mais 90 espécies. Marcio calcula que, ao término do trabalho, devem se somar 300 novas.

“Se juntarmos todos os seres vivos do planeta, metade é inseto. Então podemos dizer com muita tranquilidade que este é um planeta dos insetos e não da espécie humana”, afirma Marcio. Especialista em abelhas, o pesquisador já descobriu 70 espécies que ainda serão catalogadas. O espaço guarda ainda espécies de insetos, principalmente borboletas e besouros, provenientes do tráfico de animais, e um acervo iniciado desde a inauguração do Inpa.

“As coleções são como bibliotecas da natureza. E estamos aqui o tempo todo, tentando conhecer os insetos que temos na região amazônica”, conta Marcio, enquanto apresenta uma coleção de abelhas.

Na Floresta Amazônica, homens e mulheres voltam a campo para resgatar informações perdidas, compor novos cenários, criar perguntas e desenhar futuros. A ciência na maior floresta tropical do mundo é, hoje, uma corrida aberta para identificar e conversar o que ainda está de pé, em uma teia da vida delicada e interdependente.

Fonte: National geographic

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