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Novas pesquisas esclarecem o comportamento “preguiçoso” dos pandas gigantes

30 de julho de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Os pandas gigantes chamam atenção por sua aparência “fofinha”. Para os humanos, parecem seres grandes, macios e preguiçosos. Novas pesquisas esclarecem as razões por trás da notável “preguiça” desses animais, de acordo com informações do Care2.
A espécie vem resistindo à extinção, o que surpreende muitos cientistas, dada a crescente devastação de seu habitat. Estima-se que, até 2070, só restará metade do habitat natural desses animais, como resultado da ação humana e das mudanças climáticas. Cientistas afirmam que a presença humana é a maior ameaça ao panda gigante atualmente, somada a um outro problema: a peculiar dieta da espécie.
Sabe-se que os pandas consomem uma quantidade enorme de bambu, que pode chegar a 18kg diários. A ciência afirma que os antepassados do atual panda gigante, que viveram há cerca de dois milhões de anos, comiam tanto carne, quanto vegetais. Em algum ponto de sua evolução, a espécie acabou adotando uma dieta que consiste quase exclusivamente de plantas. Infelizmente, parece que o sistema digestivo do panda gigante não acompanhou a mudança.
Pesquisas recentes mostram que a espécie não consegue digerir o bambu tão bem quanto se imaginava. Ou seja, o panda gigante é um herbívoro que não consegue digerir adequadamente a comida que garante sua sobrevivência. Como explicar esse fato, sabendo que o animal digere somente 17% do bambu que consome?
Os estudos recentes, divulgadas pelo Los Angeles Times, mostram que a suposta “preguiça” desses animais pode ser a explicação para o curioso fato. Os estudos mostram que essa espécie utiliza “só 38% da energia típica para um animal desse tamanho.” Ou seja, o estilo de vida preguiçoso dos pandas permite que continuem vivos, apesar da dieta deficiente que mantêm.
Os movimentos do panda gigante se assemelham aos do bicho-preguiça. A espécie se move pouco e muito lentamente, tanto na natureza quanto aprisionada em cativeiro. Estima-se que ficam ativos durante somente 49% do tempo e, ao final de um dia normal, gastam apenas 1100 quilocalorias.
As pesquisas também revelam que os órgãos da espécie são surpreendentemente pequenos, dado o tamanho avantajado do animal. Comparado a outros mamíferos placentários, o cérebro do panta gigante é 17% menor, os rins, 25%, e o fígado, 37% menor do que o de outros animais. Esses fatores parecem estar agindo em conjunto em prejuízo da espécie, cujo metabolismo é muito baixo e deficiente.
Nativos de seis regiões montanhosas no centro-sul da China, os pandas da espécie tendem a ser animais solitários. Os machos se evitam o máximo possível.
Sabe-se que os pandas gigantes precisam ingerir quantidades enormes de bambu para sobreviver, o que consome a maior parte do tempo desses animais. Eles passam até 16 horas diárias ruminando bambu, vegetal cujas 20 variações são apreciadas pelo panda gigante.
Apesar do aparente “sedentarismo” dos pandas gigantes, esses animais possuem habilidades impressionantes. Podem, por exemplo, escalar até cerca de 4 mil metros de altura, são bons nadadores e, diferente de outras espécies de urso, não hibernam durante inverno, enfrentando o clima rigoroso e outros perigos com estratégias como buscar abrigo em árvores ocas ou em cavernas.
A espécie está sob ameaça de extinção e é extremamente vulnerável. Acredita-se que existam entre mil e 2 mil indivíduos na natureza, cujo futuro é bastante incerto.

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