Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
O oceano pode parecer um lugar tranquilo, mas preste atenção e você pode ouvir os sons de peixes de corais.
A maior parte desta música subaquática vem de peixes solistas, repetindo as mesmas chamadas mais e mais. Mas quando os chamados de peixes diferentes se sobrepõem, formam um coro.
Robert McCauley e colegas da Curtin University, em Perth, Austrália, gravaram peixes vocais nas águas costeiras de Port Headland, na Austrália Ocidental, ao longo de um período de 18 meses e identificaram sete corais de peixe distintos, que ocorriam ao amanhecer e ao anoitecer.
O chamado “nevoeiro” é feito pelo Black Jewfish (Protonibea diacanthus), enquanto o grito que o pesquisador Miles Parsons compara à “campainha do jogo de tabuleiro Operation” é de uma espécie de Terapontid. O terceiro é um batfish mais silencioso.
“Eu tenho escutado gritos e sons de peixe há quase 30 anos e eles ainda me surpreendem com sua variedade”, diz McCauley, que liderou a pesquisa.
Os sons desempenham um papel importante em vários comportamentos de peixes, tais como reprodução, alimentação e disputas territoriais. Os peixes predadores noturnos usam os sons para ficarem juntos para caçar, enquanto os peixes ativos durante o dia o usam para defender seu território.
“Você percebe os corais do crepúsculo e do amanhecer como ocorreria com os pássaros na floresta”, explica Steve Simpson, um biólogo marinho da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
As gravações foram capturadas por dois mergulhadores: o primeiro posicionado perto da costa de Port Headland e o segundo a 21,5 quilômetros de distância em águas pouco profundas.
“Este é um método que nos permite entender o que está acontecendo em Port Headland 24 horas por dia, por um ano e meio. Não conheço nenhum mergulhador que possa ficar lá embaixo tanto tempo!”, afirma Simpson.
Ouvir corais durante um longo período de tempo permite aos cientistas monitorar peixes e seus ecossistemas, particularmente em águas de baixa visibilidade, como aquelas em Port Headland.
“Estamos apenas começando a apreciar a complexidade envolvida e ainda temos apenas uma ideia grosseira do que está acontecendo no ambiente acústico submarino”, aponta McCauley, segundo o New Sciencist.