Pesquisadores estão monitorando à distância a movimentação do tubarão-baleia que apareceu na manhã de segunda-feira (16) na Praia da Sepultura, em Bombinhas (SC), e foi flagrado por mergulhadores que voltavam para a costa, a bordo de um barco.
O gigante estava a uma profundidade de três metros, algo incomum para um animal que costuma nadar em regiões onde a coluna d`água ultrapassa 100 metros. Os estudiosos acreditam que o animal possa encalhar.
” Esse comportamento não é comum em nenhum lugar do mundo ” diz o pesquisador Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Univali, em Balneário Piçarras.
Segundo ele, embora o tubarão-baleia seja um animal de águas quentes e possa se aproximar da costa em busca de alimento, ele precisa se resfriar com frequência para não acelerar o metabolismo. Por isso costuma ficar em águas profundas, onde pode alternar entre frio e calor de acordo com a distância da superfície.
Outro fato que torna incomum o aparecimento tão perto da costa é que o sistema de defesa do tubarão-baleia é parar de nadar e afundar. Ao optar por águas rasas, ele abre mão de sua possibilidade de escapar de um possível predador, como orcas ou tubarões-brancos.
Colisão
Ranieri Balestro, mergulhador e diretor de cursos da escola de mergulho Patadacobra, que estava com alunos quando o tubarão apareceu na superfície, diz que na tentativa de voltar a regiões mais profundas o gigante chegou a bater de leve na embarcação em que eles estavam.
Embora na avaliação do mergulhador o tubarão estivesse saudável, para o pesquisador Jules Soto a colisão é mais um indício de que o animal não está bem. “Eles têm sensores pelo corpo, especialmente na cabeça, e conseguem detectar a aproximação de uma embarcação. É um animal hipersensitivo.”
Soto diz que não há como precisar, pela foto, se o tubarão-baleia está doente ou ferido.
Gigante tranquilo
O tubarão-baleia pode chegar a 15 metros de comprimento e, apesar do tamanho, é inofensivo. Alimenta-se de plâncton e pode viver até 100 anos.
Em junho um tubarão-baleia encalhou e morreu na Praia de Perequê, em Porto Belo. O exemplar foi conservado em formol pela equipe do Museu Oceanográfico da Univali, numa operação que custou R$ 60 mil à universidade e ocupou os pesquisadores durante os últimos meses.
Fonte: Diário Catarinense