(da Redação)
No Planalto Central, no cerrado que cerca Brasília, um animal que corre o risco de extinção tem sido o centro das atenções de uma organização não governamental. As informações são de matéria do Jornal Nacional, por Marcos Losekann.
A onça já dominou o reino animal da Argentina aos Estados Unidos, e só não desapareceu da face da terra porque passou a ser protegida em reservas ambientais e centros de preservação como essa ONG em Corumbá de Goiás, a 80 km de Brasília.
“Essa morre hoje só porque é onça. Mesmo que não esteja predando, faz parte da cultura do brasileiro, ele se acha mais macho porque matou uma onça”, diz Cristina Gianni, presidente da ONG.
As 28 onças mantidas nesse abrigo vieram de cativeiros, algumas mutiladas pelos antigos “tutores” que arrancaram garras e dentes. “Está fadada a ficar o resto da vida em cativeiro, porque não tem mais como viver mais em vida livre”, afirma Marcelo Farias Santos, veterinário presente no local.
Segundo a reportagem, uma imagem gravada no estacionamento do STJ em Brasília no ano passado mostrou uma sussuarana vagando próximo aos carros. O animal “desfilou pelo centro do poder e desapareceu no cerrado do mesmo jeito que surgiu”.
Mas a maior surpresa estava para acontecer na fazenda, sede da ONG. Os funcionários tinham acabado de construir uma rampa de concreto. No dia seguinte eles deram de cara com pegadas de uma onça adulta, que veio do mato, provavelmente atraída pelas que vivem no cativeiro, e o mais impressionante: a cor desta onça.
A princípio, as câmeras que filmam no escuro deram uma falsa idéia: seria uma onca-pintada comum. Mas quando o dia amanheceu deu pra ver claramente: uma onça-negra que tem pintas pretas sim, mas que não aparecem na pele que, ao invés de amarela, é escura também – “um raríssimo milagre da natureza”, acrescenta o repórter.
“A onça-preta é algo como 3% do total de onças pintadas que são animal em extinção, então olha o tamanho da surpresa: não só tinha uma onça aqui, uma Panthera onca, além de tudo é uma onça-preta”, explicou Silvano Gianni, da ONG.
No começo deste ano o bicho foi atraído com iscas para uma armadilha, onde foi anestesiado e recebeu uma coleira eletrônica que é rastreada via satélite. Desde então, passou a ser mantido livre na natureza mas longe de seu maior predador: o homem.
“Toda vez que se aproxima de uma fazenda ou cidade, todos são alertados pela ONG para que o animal e as pessoas não se confrontem”, diz a reportagem.
Veja vídeo da matéria completa em: