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REABILITAÇÃO

Pesquisadores monitoram e recuperam tartarugas-marinhas de tumores relacionados ao contato com a poluição

19 de maio de 2022
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Pesquisadores do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar) monitoram e recuperam tartarugas-verdes, no litoral do Paraná, de tumores de pele considerados de risco à espécie.

Em sete anos de pesquisa, metade das mais de 200 tartarugas-verdes analisadas pelos pesquisadores apresentaram fibropapilomatose – tumores de pele de natureza benigna, que podem afetar órgãos internos dos animais e levar à morte.

A pesquisa é feita nas águas da baía de Paranaguá, com a tartaruga-verde, espécie considerada vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Os exames de sangue realizados pelo programa também já identificaram no organismo dos animais metais pesados, como arsênio e mercúrio, segundo Fábio Henrique de Lima, responsável técnico do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

As tartarugas monitoradas vivem na costa sul-americana do Oceano Atlântico e, segundo os pesquisadores, o fato de estarem doentes é sinal de que a qualidade da água está afetada.

“O que acontece com as tartarugas é reflexo da má qualidade da água, qualidade da água do mar, da zona costeira. Então, é importante a gente ter esse olhar pela tartaruga, pelo oceano, mas também pela nossa saúde humana, lembrar que nós estamos todos conectados no planeta”, disse Camila Domit, bióloga do CEM.

Durante os anos de pesquisa, os especialistas já chegaram a encontrar tartarugas saudáveis em um momento e, em outra expedição, voltaram a encontrar os mesmos indivíduos já doentes, acometidos por tumores, em quatro anos de diferença entre uma captura e outra.

“Os tumores podem causar alguns tipos de alteração, não só na saúde, mas na capacidade desses animais de se alimentar, de se deslocar, e isso traz outros problemas para a saúde desse animal”, comentou amila.

Quando o animal fica muito estressado, se encontra em um ambiente muito poluído, segundo os pesquisadores, os tumores aparecem, de acordo com Camila. O tempo de permanência dos tumores pode ser de até muitos anos.

A equipe de especialistas captura as tartarugas e, em um barco ambulatório, os pesquisadores pesam, medem, analisam a condição corpórea, presença de tumores e amostras genéticas dos animais.

Recuperação e monitoramento

As tartarugas identificadas como mais doentes são encaminhadas para tratamento no CEM, e só quando estão mais saudáveis são devolvidas para o mar.

A especialista reforça a importância do cuidado com o meio ambiente para que as tartarugas não voltem a desenvolver o problema.

“De nada adianta um tratamento num ambiente hospitalar se depois a gente vai devolver esse animal para um ambiente degradado. Por isso, o melhor caminho nesse processo é que a gente tenha um ambiente saudável para que esses animais não tenham tumores”, destacou Camila.

Esses animais animais percorrem todo o litoral do país e, por isso, são considerados como um sinal da qualidade do mar em cada região. Para acompanhar exatamente por onde passam, os biólogos instalam sensores na carapaça do animal, e recebem informações via satélite.

Fonte: G1

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