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SOB AMEAÇA

Pesquisadores lutam para impedir a extinção do tatu-canastra no Espírito Santo

Os pesquisadores acreditam que o tatu-canastra pode ser extinto em breve no Espírito Santo e, por isso, tentam reverter o cenário crítico da espécie na região

16 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: André Borges/ Agência Brasília

Um projeto realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) tenta evitar a extinção do tatu-canastra no estado. Para isso, um monitoramento da espécie é realizado desde 2016 na 6 na Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama e Reserva Natural Vale, região de Mata Atlântica no norte do Espírito Santo. As ações são feitas em parceria com o Projeto Tatu-Canastra, realizado pelo Instituto de Conservação da Vida Silvestre (ICAS) e pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ).

Conhecido por ser um “engenheiro ecológico”, o tatu-canastra cava grandes buracos e, com isso, contribui para a sobrevivência de animais de médio porte que se escondem nesses locais. Por remexer a terra, o tatu também facilita a alimentação daqueles que consomem pequenos animais. No Brasil, a espécie é encontrada no Pantanal, no Cerrado, na Amazônia e na Mata Atlântica.

Desde 2006, apenas quatro tatus-canastra foram registrados através de câmeras de monitoramento instaladas nas reservas de Sooretama. Os dados levantados pelo Projeto Tatu-Canastra, Projeto Felinos, Pró-Tapir e PPBio Mata Atlântica preocupam os pesquisadores, que estimam que não exista mais do que 10 animais da espécie na região. A área é capaz de abrigar até 30 tatus. Já no Parque Estadual do Rio Doce, área de Mata Atlântica em Minas Gerais, 28 tatus-canastra foram identificados em apenas dois dias de trabalho realizados pelo Projeto Tatu-Canastra em parceria com a Ufes.

Foto: ICMBio / Kennedy Aparecido Andrade Borges

Pesquisador que atua em pesquisas de preservação da espécie e integra o Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal (PPGBAN) da Ufes, o professor Aureo Banhos explicou ao jornal ES Hoje que a situação do tatu-canastra no Espírito Santo é crítica. “A população de Sooretama é a que mais corre risco de extinção no Brasil, porque é muito pequena e isolada, e em razão das ameaças que sofre, principalmente a caça”, pontuou.

Como o tatu só chega na idade reprodutiva aos sete anos e cada fêmea gera apenas um filhote a cada três anos, a recuperação da espécie é lenta, o que causa preocupação ainda maior aos pesquisadores. Sem sinais de que esses animais têm se reproduzido na Rebio de Sooretama, há grande chance de serem extintos no local em breve.

Por conta desse cenário, os projetos de preservação são essenciais. “O monitoramento, feito com armadilhas fotográficas, permite entender quais são as ameaças e a interação dos indivíduos com o restante da biodiversidade, bem como a quantidade de indivíduos”, explicou o professor Banhos.

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