Em oito semanas, 146 filhotes de tartarugas foram resgatados em diferentes praias da costa sul-africana. O período anual de encalhe desses pequenos animais começou em março no país, que é banhado pelos oceanos Atlântico e Índico. Pedaços de plástico foram identificados em fezes de pelo menos 70 deles até agora.
Quando esses animais são encontrados na praia, a recomendação de especialistas locais é que, em vez de serem colocadas de volta no mar, as tartarugas, muitas vezes feridas, doentes, desidratadas, cansadas, sejam levadas para o aquário Two Oceans (Dois Oceanos), na Cidade do Cabo, para um período de reabilitação.
O mês de maio nem terminou e o número de filhotes de tartarugas trazidos para o aquário já é maior que o de resgatados na costa sul-africana em todo o ano passado: 61, sendo que pedaços de plástico foram encontrados em fezes de 42 deles. Isso tem preocupado Talitha Noble, gerente de conservação do setor que cuida apenas de tartarugas do aquário.
“Isso significa que há muito mais plásticos no oceano. Claro que isso não é normal. É definitivamente chocante porque essas tartarugas já estão lutando no mar, enfrentando ameaças e nós, humanos, estamos colocando ainda mais ameaças. Então, isso não é o ideal”, disse. Formada em biologia marinha, ela lidera atualmente um time de 16 pessoas (sete profissionais e nove voluntários) que cuidam apenas de tartarugas.
Fonte: Projeto Colabora