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TECNOLOGIA

Pesquisa usa telemetria para monitorar espécie de peixe ameaçada de extinção que vive nas águas de Santa Catarina

11 de março de 2023
2 min. de leitura
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Foto: Projeto Meros Brasil/Divulgação

Quatro peixes da espécie mero encontrados em Santa Catarina neste ano estão sendo monitorados por pesquisadores através da telemetria. A tecnologia implanta tags nos animais e os monitora com equipamentos sonoros instalados no fundo do mar.

Também conhecidos como “Gigantes dos Mares”, os animais marinhos estão ameaçados de extinção.

Além dos peixes descobertos em São Francisco do Sul, no Litoral Norte do estado, o Projeto Meros Brasil acompanha a migração e os hábitos de outros 32 animais da espécie no Paraná e em Santa Catarina desde 2014.

Pesquisador e biólogo, Leonardo Bueno é quem instala os equipamentos nos locais por onde os animais passam.

“Basicamente, eu coloco um marcador dentro do peixe, que emite um sinal sonoro que é parecido com um código morse. Esse sinal é captado pelo receptor instalado [no fundo do mar] e esse receptor codifica o sinal em um número”, explica.

O animal chega a pesar cerca de 300 quilos e a 3 metros de comprimento. A espécie vive nas águas tropicais e subtropicais do oceano Atlântico, do Senegal a Angola, e dos Estados Unidos a Santa Catarina, no Brasil.

Foto: Projeto Meros Brasil/Divulgação

Pesquisa

O especialista explica que a pesquisa auxilia na descoberta dos hábitos dos animais e detalha a importância ecológica da espécie. Em risco de extinção no Brasil, o mero é protegido por lei. A captura e comercialização são crimes ambientais.

Atualmente, são nove receptores instalados entre o Litoral Norte de Santa Catarina e o sul de São Paulo. Eles duram cerca de cinco anos. Não há dados ou informações sobre a população total de meros que existem no país.

Apesar da proibição de comercialização, os animais estão ameaçados pela pesca e a supressão dos manguezais, que são habitats essenciais para que o animal chegue a fase adulta. Segundo Bueno, a degradação dos mares por conta da poluição também prejudica a espécie.

Além do monitoramento dos animais com telemetria, os pesquisadores do projeto analisam o comportamento dos animais para entender o ciclo de vida. Segundo Bueno, os animais acompanhados são fisgados para dentro de uma embarcação, estabilizados e examinados.

Também são retirados amostras dos animais para saber a idade da espécie, pesquisas genéticas e níveis de contaminantes.

“Nós percebemos que o mercúrio é o principal contaminante. As amostras que temos já mostram níveis altos de metais pesados”, explica.

Fonte: G1

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