Esta época do ano, que para muitos é sinônimo de festa, pode ser um pesadelo para milhões de famílias brasileiras com animais domésticos. Uma pesquisa realizada pela Petlove com mais de 3 mil tutores revelou que quase 40% dos entrevistados já perderam seus animais ou conhecem alguém que perdeu devido ao pânico causado pelos fogos de artifício.
O estudo, que faz parte da campanha “Chega de Fogos 2024”, expõe uma realidade preocupante: oito em cada dez animais demonstram medo intenso dos estampidos. As reações vão desde se esconder (71% dos casos) até comportamentos que podem colocar suas vidas em risco.
“Alguns podem tentar fugir, colocando-se em situações perigosas, como pular janelas ou correr para a rua, o que pode ocasionar acidentes fatais”, alerta o médico-veterinário da Petlove, Pedro Risolia. Segundo ele, o estresse causado pelos fogos pode desencadear desde taquicardia e respiração ofegante até vômitos e diarreia.
A sensibilidade auditiva dos animais é um fator crucial nessa equação. “Os animais podem perceber os fogos de artifício como uma ameaça, principalmente os gatos, que possuem um instinto de proteção muito aguçado”, explica Risolia. O levantamento mostra que muitos buscam conforto no colo dos tutores (43%), choram (41%) ou imploram por carinho insistentemente (38%).
Proibição dos fogos de artifício
A consciência sobre o problema tem crescido. A pesquisa indica que 98% dos tutores defendem mudanças na legislação: 60% apoiam a permissão apenas para fogos silenciosos, enquanto 38% pedem a proibição total.
Algumas cidades já avançaram nessa direção. São Paulo proibiu fogos com estampido e, mais recentemente, o Rio de Janeiro aprovou uma lei que prevê multa para quem descumprir a restrição.
Como proteger o animal dos fogos de artifício
Para quem convive com animais domésticos, o veterinário da Petlove recomenda preparação prévia para as festas de fim de ano:
- Isole um ambiente da casa com cobertores e brinquedos favoritos
- Mantenha portas e janelas fechadas para abafar o som
- Use música ambiente para mascarar os estampidos
- Em casos graves, consulte um veterinário sobre a possibilidade de medicação
Fonte: Exame