Duas pesquisas publicadas recentemente destacam o papel dos jardins botânicos no enfrentamento das mudanças climáticas. Um artigo de pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, publicado Journal of Zoological and Botanical Gardens, mostra que “os jardins botânicos tropicais poderiam funcionar como sumidouros de carbono significativos dentro da matriz urbana”, como escrevem os autores.
A importância das árvores no enfrentamento das mudanças climáticas também foi demonstrada em um estudo internacional, com a participação da USP. A pesquisa mostra que áreas verdes podem diminuir em até 5 graus Celsius a temperatura em meios urbanos. A pesquisa, publicada na revista científica The Innovation, analisou 51 itens, divididos em dez categorias, como jardins botânicos, áreas úmidas, paredes verdes e arborização urbana, comparando os dados de resfriamento do ar.
O maior impacto foi verificado em jardins botânicos, com redução de 3,5 graus a 5 graus Celsius na temperatura. O trabalho integrou instituições de diferentes países, em vários continentes.
A pesquisa fez medições, entre abril de 2021 e setembro de 2022, para quantificar os estoques de biomassa e carbono acima do solo em árvores no arboreto do Jardim Botânico, chegando a uma estimativa total de 4.024 toneladas de carbono acima do solo. A descoberta é de que a densidade de biomassa e carbono, armazenada por unidade de área no Jardim, é apenas um pouco menor do que a densidade armazenada nos principais complexos florestais do Brasil, as florestas Atlântica e Amazônica, mas muito maior do que em muitas cidades do mundo.
Para o pesquisador Bruno Kurtz, do Jardim Botânico do Rio, os dois estudos comprovam “a importância das árvores tanto na redução da temperatura quanto na estocagem de carbono, mitigando as mudanças climáticas e o aquecimento nas áreas urbanas”.
Fonte: O Globo