Por David Arioch
De acordo com uma pesquisa divulgada ontem pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra, um churrasco para quatro pessoas pode gerar mais gases do efeito estufa do que dirigir por quase 130 quilômetros com um veículo movido à combustível fóssil.
Os cientistas decidiram avaliar o impacto do churrasco utilizando balões para representar o volume de gases do efeito estufa gerados pela carne assada.
A conclusão é que um típico churrasco equivale a mais de 200 balões de dióxido de carbono emitidos por cada participante – o que corresponde a cada pessoa dirigindo por pelo menos 32 quilômetros com veículo movido à combustível fóssil.
O resultado da pesquisa está sendo apresentado e discutido esta semana na exposição de ciências da Royal Society, realizada em Londres até domingo (7). Um dos pesquisadores do Instituto para Alimento Saudáveis da Universidade de Sheffield, Christian Reynolds, diz que mudar a dieta é uma das formas mais significativas de reduzirmos o nosso impacto no meio ambiente.
Sobre a pesquisa, a cientista Sarah Bridle, da Universidade de Manchester, enfatiza que a comida contribui com pelo menos 20% de todas as emissões de gases do efeito estufa: “Você sabia, por exemplo, que a produção de um hambúrguer de carne de 100 gramas libera gases do efeito estufa o suficiente para encher mais de 60 balões?”
No entanto, se em um churrasco os alimentos de origem animal forem substituídos por alternativas à base de vegetais a quantidade de balões cai para no mínimo 80, o que representa menos do que a metade das emissões de um churrasco convencional.
Além disso, a produção de carne é altamente ineficiente. Produzir um quilo de carne bovina requer 25 quilos de grãos – para alimentar o animal – e aproximadamente 15 mil litros de água. A escala do problema também pode ser vista no uso da terra: cerca de 30% da superfície terrestre é usada atualmente para a pecuária. Assim como os alimentos, água e terra são escassos em muitas partes do mundo, e isso representa uso ineficiente de recursos.
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