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Pesquisa aponta possível desaparecimento de espécies de aves no interior de SP

23 de junho de 2011
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Uma pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica e Conservação (PPGDBC) do campus Sorocaba da UFSCar, aponta para um provável desaparecimento de aves em regiões onde as plantações ocuparam os habitats naturais das espécies. O estudo Utilização de Sistemas Agrícolas (Tangerinas, Citrus Reticulata) por aves na região de Pilar do Sul, São Paulo foi desenvolvido por Marcelo Gonçalves Campolim, sob orientação do professor Augusto Piratelli. O objetivo da pesquisa foi verificar se as aves da região avaliada poderiam usar as plantações como acréscimo de seus habitats naturais, ou mesmo substituí-los. A pesquisa é pioneira no Brasil, pois pela primeira vez um estudo procurou demonstrar como as plantações de tangerina favorecem, ou não, a avifauna da região.
Ocorrência foi verificada na região de Pilar do Sul (SP) e pode ser explicada pela substituição dos habitats naturais por plantações e pastos. UFSCar/EcoAgência

A ideia do estudo surgiu enquanto Piratelii viajava pelo interior de São Paulo e constatou que a maior parte da paisagem era composta por plantações e pastagens. “A mata nativa quase não existe mais, e com isso, muitas espécies desapareceram ou estão ameaçadas”, lamenta o orientador. O estudo apontou que, das 122 espécies amostradas, 60 foram detectadas nas plantações e nos fragmentos florestais (áreas com vegetação nativa), e as demais só nesses fragmentos.”Concluímos que a mata nativa é de suma importância para pelo menos metade das espécies da região, enquanto para a outra metade, as plantações podem ser utilizadas para deslocamentos, alimentação ou reprodução”, esclarece Piratelli.

A pesquisa também chama atenção para o novo Código Florestal, que prevê a redução de algumas áreas, que hoje são legalmente protegidas, como matas ciliares e topos de morros, para serem utilizadas para a Agropecuária. “Ficamos receosos que as mudanças nas áreas protegidas previstas no novo Código Florestal possam ser terríveis para as aves (e outros animais), que vão perder ambientes naturais. E aquelas que não conseguem sobreviver nas plantações tendem a se tornar raras ou até mesmo desaparecer”, prevê o professor.

O pesquisador Marcelo Gonçalves Campolim salienta que o Brasil ainda é carente de estudos que visam monitorar a fauna de aves em ambientes agrícolas. “As informações levantadas na pesquisa são importantes para futuros planejamentos, visando o manejo de técnicas e práticas agrícolas para o auxílio destes ambientes na conservação de aves”, conclui Campolim.

Fonte: Ecoagência

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