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IMPACTO

Pesquisa analisa furacão Katrina após 20 anos e afirma que mudança climática já agia no fenômeno

Cientistas afirmam que oceano e atmosfera mais quentes devido à ação humana aumentaram a força do furacão, que matou cerca de 1.400 pessoas em 2005 com inundações e vendavais

23 de agosto de 2025
3 min. de leitura
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Vítima do furacão Katrina aguarda resgate em meio à inundação em Nova Orleans (EUA), em agosto de 2005. Foto: Marko Georgiev/Getty Images

Nesta semana, há 20 anos, o furacão Katrina se tornou um dos piores desastres da história dos Estados Unidos (EUA). Para marcar a data, o coletivo científico Climate Central produziu uma análise de atribuição e aponta que o fenômeno foi “turbinado” pelo aquecimento do planeta.

A análise determinou que as mudanças climáticas tornaram até 18 vezes mais prováveis as temperaturas oceânicas que impulsionaram a tragédia de 2005 ​​e, juntamente com o aquecimento do clima tropical, aumentaram a velocidade máxima do vento do Katrina em 8 km/h.

Um aumento de 8 km/h significa um impacto de 25% ou mais sobre os danos gerados pelo Katrina no estado da Louisiana, de acordo com a NOAA (Agência Nacional Oceânica e Atmosférica), instituição federal responsável por monitorar o clima e os mares nos EUA.

Os estudos de atribuição utilizam médias climáticas de décadas anteriores como base para comparar médias atuais. Assim é possível estabelecer o impacto de cada grau de aumento na temperatura associado à formação de eventos naturais extremos.

Este tipo de análise permitiu ao Climate Central definir que as temperaturas em 2005 tornaram a ocorrência de condições de um furacão como o Katrina 18 vezes mais frequentes, e, com o incremento de calor nos oceanos e o consequente aumento na potência dos ventos, pelo menos 25% dos estragos do furacão de 2005 não aconteceriam caso o planeta tivesse mantido sua trajetória climática anterior.

“Fatores como o aquecimento dos oceanos e também da atmosfera contribuem para a formação de furacões, assim como podem aumentar a intensidade desses fenômenos, tornando seus ventos ainda mais destruidores. Em 2005, o Katrina atingiu suas velocidades máximas de vento (280 km/h) como uma tempestade de categoria 5 sobre águas que ficaram, em média, 0,9°C mais quentes devido à poluição gerada pela sociedade humana, especialmente a queima de combustíveis derivados do petróleo e o desmatamento”, observaram os pesquisadores estadunidenses.

Cada décimo de grau (0,1ºC) de aquecimento do oceano aumenta os riscos de tempestades mais fortes e níveis do mar mais altos, alerta o Climate Central. Com as mudanças climáticas, as temperaturas da água em 2025 serão mais altas do que em 2005, abrindo espaço para aumentos ainda maiores na velocidade do vento na ocorrência de furacões.

Fonte: Um só Planeta

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