A Angola comemorou recentemente o Dia Nacional do Meio Ambiente. Mesmo com a participação em eventos internacionais de proteção às espécies marinhas, o país não fiscaliza e protege devidamente os animais marinhos. Segundo especialistas do país africano, além do combate à pesca e ao consumo de carne de tartarugas, só a ampliação das zonas de preservação poderão mudar este cenário.
Para sanar os perigos e evitar que mais espécies entrem em risco de extinção, como é o caso da tartaruga-de-couro, o Ministério do Meio Ambiente de Angola, junto ao Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto, elaboraram o projeto “Kitanga”.
Implantado em 2003, Kitanga, que significa “tartaruga gigante” – língua quimbundo, é um exemplo de como as parcerias sociais podem beneficiar os animais.
Com pouco mais de dez anos, o projeto já encaminhou para o oceano mais de dois milhões de tartarugas e protegeu mais vinte mil durante o período da desova.
Além do reduto, o programa promove campanhas de educação ambiental que visam a mudança mental e comportamental da população sobre a importância do reconhecimento dos direitos animais.
Para o ambientalista e coordenador do projeto, Miguel Morais, o principal perigo para os animais marinhos são os humanos. “A pesca artesanal é a principal ameaça. Apesar de termos áreas de conservação e legislação para a conservação das tartarugas marinhas, temos muita pesca não controlada, e isto, de certa forma, tem influenciado negativamente a dinâmica da população das tartarugas ao longo da costa”, comenta o ativista ao jornal DW.
Segundo o diretor nacional da Biodiversidade do Ministério do Ambiente de Angola, Nascimento António, o governo pretende também identificar as potenciais áreas de habitat de espécies marinhas e ampliar as zonas de preservação. “Vamos poder conservar melhor as tartarugas marinhas, porque uma vez que a zona é declarada uma área de conservação, terá um outro estatuto em termos de acesso ao público”, declarou Nascimento.