Por Patricia Tai (da Redação)
Em um ato público, pessoas realizaram o que se chamou de “queima de vida selvagem contrabandeada” – lançando peles de tigres e leopardos em uma fogueira na manhã do dia 02 de agosto em Mumbai, na Índia. As informações são da Global Animal.
A queima foi uma forma de protesto catártico contra a caça aos tigres e o comércio ilegal de vida selvagem, e não foi organizada somente por grupos conservacionistas mas também pelo governo do estado indiano de Maharashtra, de acordo com o Gulfnews.
A cena das peles queimando é forte mas, segundo os organizadores, foi uma maneira de anunciar que haverá “Tolerância Zero” às mortes desses animais pela caça furtiva.
O evento foi parte da campanha chamada “Leave Me Alone” (que significa “Me deixe em paz”), que foi lançada no dia 01 de agosto para marcar a passagem de mais um Dia Global do Tigre (Global Tiger Day), evento anual comemorado todo dia 29 de julho e que tem um especial significado para um país onde a população de tigres selvagens perdeu aproximadamente 98 mil animais nos últimos 100 anos. Segundo a reportagem, restam menos de 2 mil tigres vivos nos tempos atuais.
Vivek Menon, diretor da regional da IFAW (International Fund for Animal Welfare) no Sul da Ásia, e também diretor executivo da Wildlife Trust of India (WTI), disse ao TakePart que a IFAW-WTI apóia fortemente o governo de Maharashtra em seus esforços para demonstrar publicamente que o contrabando não vale a pena e que o crime à vida selvagem deve ser interrompido.
Maharashtra tem sido o estado indiano mais ativo na luta pela conservação dos tigres, tendo estabelecido sete novas reservas nos últimos três anos. E de acordo com o The Times of India, o Ministro Prithviraj Chavan anunciou que “está tudo pronto para começar um inquérito nos casos de caça a tigres descobertos em Vidarbha entre Outubro de 2012 e Maio de 2013”. A investigação vai se concentrar em membros de uma gangue de caçadores responsáveis pela morte de pelo menos onze tigres nesse período.
Esse movimento vem acontecer no momento em que o Nepal acabou de anunciar os resultados da nova pesquisa apontando o crescimento de 63% na população de tigres-de-bengala, como prova de que a luta contra caçadores e um melhor gerenciamento do habitat podem fazer uma profunda diferença para reverter a extinção mesmo no curto prazo.
A campanha “Leave Me Alone” é suportada por uma petição direcionada ao Primeiro Ministro da Índia, Manmohan Singh. O primeiro parágrafo da petição diz:
“Nós, cidadãos da Índia e de outros países ao redor do mundo, queremos salvar os tigres. Nós sabemos, também, que o destino do tigre, o clima, e as populações humanas distribuídas pela Ásia são fatores interligados. Nós somos um pequeno, interdependente mundo. Humanos são tão dependentes de uma biosfera próspera quanto a biosfera é agora dependente da sabedoria de nossas ações. O tigre, metáfora de toda a natureza, é um indicador das espécies, e seu bem-estar significa que florestas não perturbadas estarão cumprindo o papel de sequestrar o dióxido de carbono em sua biomassa e solos, protegendo e moderando o fluxo da água limpa e assegurando o futuro da biodiversidade”.
A petição, postada na página do Facebook da Comunidade Save the Tiger que já alcançou mais de 2,7 milhões de “Curtis”, pretende ser uma ferramenta para pedir que o governo indiano redobre esforços para proteger os tigres e suas florestas.
Para assinar e também ajudar, clique em:
http://www.change.org/en-IN/petitions/save-the-tiger-heed-its-leave-me-alone-call