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SUSTENTÁVEL

Pele de cogumelo é usada na produção de pele sintética e evita crueldade com animais

O fungo pode ser a solução barata para uma indústria mais sustentável

25 de março de 2022
Thayanne Magalhães l Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: NIT

Nos últimos anos, as indústrias da moda, beleza e decoração têm aumentado os esforços para encontrar alternativas mais ecológicas para suas produções, mas ainda existe um longo caminho a percorrer.

Quando se começou a utilizar o couro artificial como substituto das peles, todas as marcas começaram a adotar este material sintético que, de fato, permite combater a crueldade animal, mas o impacto ambiental continua a ser superior ao desejado.

Além da quantidade de água e energia que o sua fabricação exige, a escolha não é biodegradável e ocorre libertação de toxinas nocivas durante o processo de produção. Eis que surge, então, a pele de cogumelo.

O cogumelo tem uma composição que possibilita a recriar o couro, mantendo a sua textura, durabilidade e qualidade. Este material é criado com o micélio, a parte vegetativa do fungo, que ficou conhecido como Mylo. Ao cultivar as raízes dos cogumelos, processo que pode ser feito em qualquer lugar de forma simples, é possível criar uma superfície espessa e modificá-la com o apoio de ácidos leves, corantes e álcool.

Quem entrou nesta onda revolucionária foi Stella McCartney, que tem colaborado com a empresa Mylo Unleather desde 2017, e é conhecida pelo seu ativismo em defesa dos direitos  animais no contexto da indústria. No seu retorno à semana da moda parisiense, para apresentar a coleção de primavera-verão 2022, a designer apresentou uma carteira criada com a pele de cogumelo. Na estação anterior, a criadora já tinha apresentado ao público um sutiã de desporto e umas leggings recorrendo também a matérias-primas derivadas deste fungo.

Num estudo realizado pela Nature Sustainability, em setembro de 2020, vários investigadores analisaram a relação entre o conceito da pele de cogumelo e os custos de produção, o seu valor sustentável e os processos de fabricação. De acordo com a pesquisa, os resíduos podem ser transformados em materiais proveitosos e o processo armazena carbono quando a raiz do fungo está em crescimento.

Devido ao seu baixo consumo de água e eletricidade, este material biodegradável não é só uma opção mais barata, como pode ser trabalhado por pequenos artesãos. Basta cultivar o cogumelo num ambiente úmido com temperaturas controladas.

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