Pela primeira vez, o Instituto BW, ONG que atua na conservação e reabilitação de animais selvagens na Região dos Lagos e no Norte Fluminense, constatou a desova de uma tartaruga-marinha na Praia Seca, em Araruama, nessa sexta-feira. Considerado um momento histórico pelos especialistas, esse evento foi protagonizado por um animal da espécie Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), que colocou 132 ovos. Uma equipe técnica transferiu o ninho de lugar, para um ponto em que fiquem mais seguros.
Após a constatação da desova, o Instituto BW comunicou aos órgãos da Área de Proteção Ambiental da Massambaba e à Secretaria municipal de Meio Ambiente. A médica veterinária Paula Baldassin, presidente do Instituto BW, comemorou essa novidade, mas aproveitou para fazer uma reflexão sobre cuidados que devemos ter com as tartarugas.
“Foi muito gratificante para a equipe, para todo mundo, e acende um alerta de que os animais estão vindo para desovar. Mas como estamos cuidando de nossas praias? Tem que ter um controle maior das redes de espera (de pescadores). Não somos contra a pesca, muito pelo contrário, mas tem que ter um controle maior para que todo mundo consiga viver bem”, observa Paula, que lembra que postes de iluminação também podem causar problemas, ao atrair os filhotes para a rua, já que nascem de madrugada e vão em direção à luz da lua.
Essa fêmea pode retornar mais três vezes, para fazer mais desovas, cada uma com cerca de 120 ovos. Agora, após a transferência do ninho, foi iniciado um monitoramento do local para garantir a segurança dos filhotes até a eclosão, que deve ocorrer de 45 a 60 dias. Apesar do primeiro registro na Praia Seca, o nascimento de tartarugas no estado não é uma novidade, já que o maior sítio de desova dessa espécie no Brasil fica no Norte Fluminense.
Fonte: O Globo