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Peixes e aves terão de ser transferidos de lago no Parque do Ibirapuera em SP

2 de outubro de 2010
3 min. de leitura
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A Secretaria do Verde e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) iniciaram, há cerca de 15 dias, um estudo sobre os peixes do Lago 1 do Parque do Ibirapuera para verificar se haveria necessidade de manejo. Segundo Paulo Nobre, superintendente de esgotos da Sabesp, os peixes e aves terão de ser transferidos para o Lago 2 e uma rede será colocada para que não voltem durante a dragagem.

Um biólogo vai acompanhar o processo. Foto: Hélvio Romero/AE

“Um biólogo vai acompanhar todo o processo. Vamos reconstruir a condição do lago com o mínimo de impacto possível”, afirmou Nobre. Espécies nativas, como traíra e surubim, e outras exóticas, como carpa comum, lebiste e tilápia-do-nilo, compõem a fauna do lago, que também é habitado por anfíbios e aves como garça e mergulhão.

Além do desassoreamento do Lago 1, será feito um estudo para a revitalização dos três lagos artificiais, que juntos somam 126 mil m², para detalhar características geofísicas e biológicas. “Pretendemos iniciar o estudo neste mês. O objetivo é fazer um levantamento das espécies e camadas de sedimento para verificar as condições atuais do lago e projetar medidas sistemáticas para mantê-lo em boas condições a médio e longo prazo”, explicou o superintendente da Sabesp. Segundo ele, uma grande equipe, que vai incluir até agrônomos e urbanistas, será formada para esse trabalho.

A qualidade da água de todos os lagos dos parques municipais é monitorada pela Secretaria do Verde, por meio do Índice de Qualidade da IQA. Em uma escala de 0 a 100, esse índice considera fatores como o oxigênio dissolvido e o pH da água. Além das amostragens mensais, uma amostragem de sedimentos é feita a cada ano. Para que a água dos lagos tenha boa qualidade, deve estar classificada de boa a regular na tabela do IQA.

No caso do Ibirapuera, segundo dados do Relatório 2009 apresentado pela secretaria, a qualidade variou entre boa e regular. No Lago 2, chegou a ser registrada qualidade ruim em agosto de 2009. A pasta afirma que uma das medidas adotadas para melhorar as condições do lago foi a modernização da estação de tratamento da Sabesp que funciona no parque. “Foi feita a limpeza do córrego do Sapateiro.”

Lagos artificiais. Segundo a professora Waverli Neuberger, coordenadora do curso de Gestão Ambiental da Universidade Metodista, as características da água doce se modificam quando passa do rio para os lagos artificiais. “Primeiramente muda a velocidade da água. Muitos sólidos que são carregados e não sedimentariam no rio, sedimentam no lago”, explica. “A oxigenação fica restrita às camadas mais superficiais e a decomposição fica mais lenta no fundo. Nos rios que cortam áreas urbanas, a situação se agrava porque eles carregam outros elementos, como esgoto e lixo”

A professora explica que o desassoreamento é essencial para a manutenção do lago. “De tempos em tempos, tem de fazer uma dragagem e retirar o lodo do fundo – porque senão a tendência do lago é cada vez ficar mais raso”, afirma Waverli. “Mas quanto mais limpo os sedimentos estiverem quando chegarem aos lagos menor será a necessidade de manutenção. Muita matéria orgânica acumulada provoca a proliferação excessiva de algas, que diminuem a qualidade da água.


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