De acordo com o resultado de uma pesquisa divulgada este mês na revista NewScientist, os peixes marinhos carregam 283 vezes mais parasitas do que em 1980.
Resultado baseada em análise de mais de 56 mil peixes
A conclusão é de um grupo de pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, que analisaram a concentração de anisakis, parasita que atinge peixes, lulas, baleias e golfinhos, causando lesões gástricas.
Segundo o trabalho, que considerou o período de 1978 a 2015, e o número médio de parasitas com base em 123 estudos, hoje é possível encontrar 283 vezes mais parasitas em peixes marinhos do que há 40 anos. O resultado foi baseado em análises feitas em 56.778 peixes.
Os pesquisadores apontam que os seres humanos também podem contrair esses parasitas ao consumirem peixes infectados crus, defumados ou congelados incorretamente. Entre os sintomas da anisaquíase em seres humanos estão náuseas, vômitos e diarreia.
A razão para o aumento ainda não está clara, mas os cientistas destacam que pode estar associada, entre outras razões, ao aquecimento dos oceanos.
Recriando a experiência do consumo de peixes
Na contramão da contaminação que pode ser encontrada em peixes, e também visando beneficiar o meio ambiente, cresce o número de startups que visam recriar a experiência do consumo de peixe, mas sem peixes.
Somente a empresa estadunidense Good Catch Foods, de alternativas aos peixes e frutos do mar, se comprometeu em 2019 a salvar um bilhão de animais marinhos – promessa feita pelo CEO Chris Kerr, que destacou que sua intenção é dar às pessoas um bom incentivo para não se alimentarem de animais.
Além disso, outra preocupação comum hoje quando se fala no impacto que a captura e o consumo de peixes podem gerar diz respeito ao fato de que, segundo a ONU, os oceanos absorvem 25% das emissões de carbono e 90% do calor adicional gerado pelo CO2 produzido pelos humanos.
No entanto, isso é prejudicado pela pesca comercial que se vincula à “pesca acidental” – que também tem matado mamíferos marinhos, como já denunciado tantas vezes pela organização Sea Shepherd.