As praias banhadas pela Lagoa de Araruama, no RJ, como Figueira e Monte Alto em Arraial do Cabo, Iguaba Grande e em alguns pontos em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos amanheceram com peixes mortos de diversas espécies, entre elas a sardinha.
Para o biólogo, Mário Flavio Moreira, secretario executivo do Consórcio Lagos São João, a provável causa da morte dos peixes foi o aumento do calor, o excesso de chuva que coloca água doce na lagoa, e a superlotação das cidades da Região dos Lagos que aumenta a quantidade de esgotos diretos jogados na lagoa. Técnicos do CILSJ estão a quatro meses monitorando a temperatura da água e o grau de salinidade.
Moreira disse ainda que todos os investimentos para a dragagem do Canal do Itajurú em Cabo Frio que vai permitir a renovação da água da lagoa com o mar ainda está sendo feito e precisa de mais investimentos.
– Temos que conviver com essa situação que aos poucos vai diminuindo e a lagoa vai se recuperando – disse.
Investigação
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de Macaé – norte fluminense – está investigando a mortandade de peixes que vem ocorrendo na Lagoa de Imboassica. Segundo o secretário Maxwell Vaz, a proliferação de algas tóxicas pode ser a causa do problema que vem preocupando a Semma, mas ele prefere esperar até receber o laudo técnico que irá revelar a verdadeira causa da mortandade dos peixes na lagoa da cidade.
“Não temos ainda a certeza da causa porque estamos em análise. A mortandade dos peixes foi seletiva com 90% de bagres e 20% de sardinha e isso nos chamou atenção. Então, conversamos com vários técnicos, biólogos e estudiosos da lagoa, do Nupem/UFRJ para descobrir. O interessante é que nós recolhemos amostras de algas para análise uns cinco dias antes da morte dos peixes, pois já tínhamos observado a formação das mesmas. Provavelmente, são algas que liberam toxinas e a interpretação que demos foi a de que a formação dessas algas surge da presença de matéria orgânica, da ausência de vento e da elevação da temperatura. Essas três condições ocorreram nestes últimos dias”, afirmou.
O despejo de esgoto in natura na lagoa também pode estar contribuindo para a mortandade de peixes, segundo disse ainda, ressaltando que o despejo esgoto in natura infelizmente faz parte do cenário da lagoa o ano inteiro.
“Somado a isso, quando houve a última grande chuva ela carregou outros materiais orgânicos de várias origens como pastagens, por exemplo, e de locais onde houve impermeabilização que foram conduzidos por dutos pluviais até o ecossistema. Assim, chegou à lagoa uma carga muito grande de matéria orgânica diferente daquela que tem contribuição diariamente na lagoa”, salientou.
“Aguardamos uma explicação mais técnica e adequada da Fiocruz com relação àquele ecossistema complexo, pequeno e sujeito às várias interferências externas. Nossa lagoa é muito urbana e hoje sofre porque a comunidade, por falta de orientação, ocupou sua orla muito próxima. Na época, não tinha fossa e filtro, nem sumidouro, por isso, fizeram ligações diretas de esgoto na rede pluvial impregnando a lagoa de material orgânico. O esgoto sanitário carrega nutrientes como o nitrogênio e o fósforo que contribuem para a formação de algas tóxicas. Elas produzem um ácido tóxico que possivelmente provocou a morte dos bagres”, ressaltou.
Com informações de O Repórter e O Globo