A maioria das pessoas pensa que a evolução ocorre ao longo de centenas ou milhares de anos, mas não é o que aconteceu com um peixe dos Estados Unidos. Bastaram 50 anos para que a espécie, parecida com um pequeno bacalhau, evoluísse com o propósito de se tornar mais resistente às toxinas que poluem o rio Hudson.
“Estamos falando de uma evolução muito rápida”, comenta o professor de medicina ambiental da Escola de Medicina da Universidade de New York, Isaac Wirgin.
Segundo Wirgin, autor de um estudo publicado na versão on-line da revista Science, a variação de um gene garantiu ao peixe uma resistência ao bifenilpoliclorado (PCB), substância tóxica e cancerígena.
O peixe se tornou capaz de acumular grandes quantidades da química industrial sem necessariamente morrer ou ficar doente.
O rio Hudson recebeu durante 30 anos altas doses de PCB –a substância foi identificada pela primeira vez nas suas águas em 1947– e ainda continua sob processo de limpeza.
“A questão seguinte é como eles fazem isso”, comenta Adria Elskus, especialista que estuda a resistência de peixes a PCBs, mercúrio e outras dioxinas.
Uma segunda pergunta, feita pelo cientista que realizou o estudo, é sobre a contaminação de PBC por outras espécies, já que o pequeno bacalhau serve de comida para peixes maiores. Isso significa que há transferência da toxina e possivelmente para o homem que ainda se alimenta desses animais.
Com informações do Diário de Marília