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Peixe-boi reintroduzido na natureza será protegido da interação humana e da poluição

24 de julho de 2015
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Foto: Reprodução/ WhatsAPP
Foto: Reprodução/ WhatsAPP

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) decidiu transferir na próxima semana para o município de Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, um dos peixes-boi marinhos reintroduzidos na natureza em maio passado, no litoral pernambucano. O peixe-boi Natália chegou a ficar encalhado nas praias do Pina, de Olinda e de Paulista, perdeu a antena de GPS, e ontem pela manhã, apareceu na Ilha de Deus, na Imbiribeira, área central do Recife.
O CMA alega que a remoção do animal será necessária para protegê-lo da interação humana e da poluição do Rio Capibaribe. O outro peixe-boi, Clara, também trazido para o estado, está entre as praias de Olinda e Recife, e vem sendo monitorado pelos veterinários do CMA. Por enquanto, Clara permanecerá nas águas pernambucanas.
De acordo com a coordenadora do CMA, a bióloga Fábia Luna, o peixe-boi pode comer objetos que foram jogados no rio, como plásticos e restos de lixo, o que poderia pôr em risco a vida do animal marinho. “É uma pena que nossa região já tenha sido povoada por tantos peixes-bois e hoje estejam em extinção. Agora, perdemos novamente a chance de tê-los sempre perto da costa porque eles correm os mesmos riscos antes: um habitat prejudicado pelo crescimento desenfreado e pela caça”, comentou. Na terça-feira passada, quando Natália foi avistada em Areias, na Zona Oeste do Recife, moradores chegaram a dizer que iriam matá-la para comer e comercializar a sua carne.
O dia da transferência para a Praia de Porto de Pedras, em Alagoas, onde o Projeto Peixe-Boi do CMA mantém um semicativeiro dentro do rio Tatuamunha, ainda não foi definido. No entanto, a operação deverá contar com pelo menos três veterinários. “É uma ação de risco para o animal.
Temos que ter muito cuidado”, disse o veterinário Augusto Boa Viagem. A bióloga Fábia Luna alerta para que a população não ofereça alimentos nem agrida os animais. “Por ser um animal costeiro, ele estará sempre próximo da população. Contudo, não se deve tentar interagir com ele. Não se deve oferecer comida”, explicou.
Para manejar Clara ou Natália é preciso cerca de 15 pessoas. A biológa diz que o peixe-boi é um animal extremamente dócil e pesa cerca de 300 quilos. “As pessoas costumam querer tocar. Mas é importante evitar aproximação porque se alguém tentar montar nele pode ser arremessado para longe”, alertou a bióloga Fábia Luna. Natália foi encontrada anteontem à tarde por uma equipe do CMA, que recolocou o equipamento de telemetria, uma bóia acoplada a um rádio transmissor capaz de identificar a localização do animal.
Fonte: Diário de Pernambuco

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