A peixe-boi fêmea batizada de Pintada já foi vista algumas vezes em diferentes regiões do litoral cearense e novamente foi identificada por moradores na última terça feira (31) na região do Rio Mundaú, em Trairi, litoral oeste do Ceará. O animal se desorientou e foi parar no rio de água doce.

Em 2015, ela foi resgatada ainda recém-nascida ao encalhar na costa cearense e ficou seis anos no Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos da ONG Aquasis, local focado na proteção da vida marinha.

No último mês de julho, ela foi liberada em uma praia da cidade de Icapuí, no Ceará, e desde então seu deslocamento pelo litoral segue sendo monitorado pela ONG Aquasis.

Recentemente, a peixe-boi ficou sem ser registrada pela ONG devido a perda de equipamento de localização, utilizado no monitoramento do animal. Devido à falta, foi acionado um alerta para caso a achassem. Pescadores a acharam na Praia de Flecheiras, em Trairi, e a liberaram antes de alertarem a ONG.

Em 1º de agosto, ela foi vista novamente em um rio de Itapipoca, no Ceará. Pintada se encontrava no Rio Cruxati, local com mais de 300 km de onde originalmente foi solta pela primeira vez. De acordo com a Aquasis, o animal não chegou a encalhar, contudo, por ter entrado em um rio, o ocorrido poderia ter prejudicado ela de alguma forma.

Na terça (31), em Mundaú, alguns moradores a encontraram e tentaram alimentá-la com folhagens. A bióloga da Aquasis, Letícia Gonçalves Pereira, não recomenda dar alimentos aos animais não domésticos.

“As interações estimulam a domesticação, comprometem a independência e a capacidade do peixe-boi de encontrar alimentos naturais e podem levar ao risco de transmissão de doenças entre os animais e pessoas. Essas recomendações são importantes para o sucesso de adaptação de Pintada ao ambiente natural”, observa.

Ainda conforme a bióloga, a fêmea do peixe-boi “apresenta boa condição corporal, bom comportamento de adaptação ao ambiente natural e está saudável, sendo avistada diversas vezes se alimentando de itens naturais disponíveis na região, como algas e folhas de mangue”.