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INCONSCIÊNCIA

Peixe-boi aparece em praia de Olinda (PE) e é tocado e assediado por turistas e banhistas

7 de novembro de 2022
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Foto: Reprodução | WhatsApp

Um peixe-boi marinho apareceu na praia de Casa Caiada, em Olinda, na tarde do domingo (6). O mamífero estava no raso e atraiu banhistas, que se aproximaram para tirar fotos e interagir com o animal.

A pesquisadora e veterinária do Centro Mamíferos Aquáticos (CMA) do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Fernanda Attademo afirmou que o peixe-boi que aparece nas imagens é Tupã, que foi solto há alguns anos na natureza. Assim como ele, outros da espécie já circularam por lá.

“Em Olinda, quem ficava era Quitéria um bom tempo. Mas já teve também Clara e Natália que ficaram por lá e, anteriormente, a Lua. Foram alguns dos animais que passaram por la”, contou a pesquisadora.

Nas imagens, é possível ver as pessoas brincando com Tupã, que fica tranquilo, sem reagir. Apesar disso, a orientação é evitar interação com ele, disse a pesquisadora.

“Apesar de eles serem muito dóceis, quanto mais a gente interage, menos eles permanecem com outros animais da mesma espécie. Além disso, mesmo sem querer, eles são animais grandes e bem fortes, podem machucar as pessoas. Os peixes-boi, assim como qualquer outro animal, podem transmitir doenças para a gente e a gente para eles”, alertou Fernanda.

Outro risco de as pessoas ficarem “brincando” com o peixe-boi é ele acabar ficando encalhado na areia na maré baixa.

“Quando ninguém mexe, eles sabem que, quando a maré começa a ficar seca, eles precisam estar em locais mais fundos. Mas, se as pessoas brincam com eles e eles se ‘distraem’, eles podem acabar ‘perdendo’ a maré e ficar no seco e aí morrerem”, afirmou.

Histórico

Tupã foi libertado na natureza na base do ICMBio de Porto de Pedras (AL), em Alagoas. Em janeiro de 2005, quando era ainda um recém-nascido, ele encalhou na praia de Sucatinga (CE), mas foi logo resgatado e transferido para Itamaracá e permaneceu em reabilitação até transferência para Porto de Pedras, no ano de 2011.

Ele foi reintroduzido em março de 2012, sendo monitorado por telemetria. No entanto, a equipe passou um longo período sem informações sobre o animal, até que, em setembro de 2017, ele foi avistado no Porto do Suape. Em 5 de outubro de 2018, um morador local avisou que Tupã estava com um ferimento na cabeça.

As equipes se mobilizaram para o resgate, que ocorreu no dia 11 de outubro de 2018. Tupã recebeu tratamento clínico diário na base do ICMBio em Porto de Pedras até voltar que o ferimento finalmente cicatrizou. Em 2019, ele voltou para a natureza.

Fonte: G1

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