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EXPLORAÇÃO ANIMAL

Pecuária é responsável por ultrapassar quatro limites planetários, diz professor de Oxford

14 de dezembro de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

O professor Paul Behrens, especialista em sistemas alimentares e mudanças climáticas da Universidade de Oxford, destacou que a pecuária é a principal responsável por diversas particularidades dos limites planetários. Em uma apresentação na Oxford Martin School, ele afirmou que o sistema alimentar global está levando a humanidade “muito além do limite de um planeta sustentável”.

Entre os novos limites planetários definidos pela ciência, seis já foram ultrapassados ​​em 2023: novas entidades (como microplásticos e produtos químicos), mudanças climáticas, integridade da biosfera, alterações nos sistemas terrestres, uso de água doce e fluxos biogeoquímicos. Behrens apontou os combustíveis fósseis como a principal causa do aquecimento global, mas ressaltou que a exploração de animais para consumo impulsionou quatro pessoas notáveis, especialmente pela ocupação de terras e impactos na biodiversidade.

Segundo Behrens, a criação de animais é marcada por sua ineficiência na conversão de alimentos. “Produtos de origem animal desperdiçaram entre 80% e 97% das calorias presentes nos insumos usados ​​na sua produção”, explicou. Além disso, a utilização pecuária de 80% da terra destinada à agricultura global, seja para pastagem ou cultivo de ração.

Para ilustrar, a produção de 1 kg de carne bovina requer 25 kg de ração. Por sua vez, uma ovelha precisa de 15 kg, um porco consome 6,4 kg e uma galinha 3,3 kg, superando até o próprio peso do animal no momento da morte. Apesar de consumir mais de um terço das calorias de plantações do mundo, a pecuária contribui com apenas 18% das calorias disponíveis para consumo humano.

Behrens também reforçou que a transição para dietas ricas em vegetais é uma das estratégias mais eficazes para combater a crise climática. Ele afirmou que reduziria o consumo de carne, especialmente em países de alta renda, “economizaria vastas áreas de terra” — equivalente ao tamanho da Escócia no Reino Unido e, globalmente, a uma área do tamanho da União Europeia.

Além disso, a liberação de terras agrícolas para regeneração natural ofereceria um “duplo dividendo”: não reduziria apenas as emissões agrícolas, mas também contribuiria para a captura de carbono. Segundo Behrens, “recuperar essas áreas naturais poderia equivaler a uma redução de cerca de 14 anos de emissões agrícolas globais”.

Esta análise reforça o papel fundamental das mudanças no sistema alimentar global e no comportamento dos consumidores para mitigar os impactos da exploração animal e proteger os recursos naturais do planeta.

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