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Paulínia (SP) recorre à Justiça para manter montarias

19 de setembro de 2011
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Fot: Divulgação/ RAC

A Promotoria de Paulínia obteve, na última quarta-feira, uma liminar proibindo o uso de objetos que provoquem sofrimento aos animais no evento Paulínia Arena Music, que teve início no dia 15 de setembro e prossegue até o próximo dia 25. De acordo com a ação civil pública proposta pela promotora Kelli Giovanna Altieri Arantes, os animais que participam dos rodeios na festa de Paulínia sofrem maus-tratos.

A organização do rodeio entrou com um agravo de instrumento no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e, no início da noite de ontem, informou que ele foi aceito pela desembargadora Zélia Maria Antunes Alves, que entendeu que a prova de montaria em touros respeitaria todas as regulamentações necessárias exigidas pela Lei Federal n 10.519, de 17 de julho de 2002.

Em nota oficial, o evento, que nega maus-tratos, informou que manteve sexta-feira as 25 montarias em touro previstas para a noite.
Pela liminar — cassada, segundo a organização — a restrição vale também para outros rodeios ou festas de peão realizados na cidade e a multa pela infração é de R$ 100 mil por dia de evento. A ação que aponta maus-tratos cita diversas modalidades que provocariam sofrimento aos animais. Um deles é o calf roping.

“Impiedosamente, são laçados bezerros de tenra idade — com apenas 40 dias de vida — prática que causa lesões e até mortes nos animais; o bezerro, ao ser laçado, é tracionado no sentido contrário ao qual corria; na sequência, é erguido pelo peão e atirado violentamente ao solo, sendo três de suas patas amarradas; como a contagem de tempo conta pontos, os movimentos são bruscos, levando a sérios lesionamentos”, descreve um trecho da ação.

Outra modalidade citada pela Promotoria são as vaquejadas. “Dois peões, em cavalos à galope, cercam garrote em fuga; um dos peões traciona e torce a cauda do animal — que pode até ser arrancada — até que este tombe, ocasionando fraturas e comprometimento da medula e espinha”, diz outro trecho.

A promotora Kelli Giovanna utilizou a morte de um bezerro na festa do Peão de Boiadeiro de Barretos em agosto para exemplificar os perigos de uma das técnicas: o bulldogging. “Com o cavalo em galope, o peão dele se atira sobre a cabeça de garrote em movimento, o agarra pelos chifres e torce violentamente seu pescoço; há, assim, deslocamento de vértebras, rupturas musculares e lesões advindas do impacto na coluna vertebral e até mortes, como a ocorrida na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos na edição de 2011.”

Fonte: RAC

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