Para surpresa de todos, Charlie elegeu a porca Pebbles como sua companheira inseparável. “Eles correm um para o outro. Sempre que estão soltos, ficam juntos”, relatou Duggan ao The Dodo.
A rotina da dupla inclui pelo menos uma hora diária deitados lado a lado, em um ritual de carinho mútuo. Charlie limpa as orelhas de Pebbles com seu bico, enquanto a porca responde baixando a cabeça, um sinal claro de confiança e afeição.
A diferença física entre os amigos é gritante: Pebbles pesa cerca de 80 quilos, enquanto Charlie não ultrapassa dois quilos. Ainda assim, o tamanho não foi impedimento para uma relação descrita por Duggan como “única e mágica”. “Eles são inseparáveis. É uma relação muito única. Eles simplesmente se amam”, enfatizou.
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Ambos os animais possuem personalidades fortes e carismáticas, que por vezes os afastam dos outros habitantes do santuário. Pebbles, em particular, não se socializa com os demais porcos. Charlie é ignorado por alguns deles. Mas, como destacou Duggan, “eles têm um ao outro”.
Passado triste
Pebbles foi resgatada por Duggan há quatro anos de um matadouro, onde vivia confinada em uma cela de concreto suja, sem jamais ver a luz do sol. Obesa, deprimida e com cegueira causada pelo excesso de pele sobre os olhos, a porca chegou ao santuário sem pelos e letárgica.
Após anos de cuidados, nutrição adequada e muito carinho, Pebbles perdeu 34 quilos, recuperou a visão e o pelo, e hoje, aos sete anos, vive com saúde e felicidade. “Não apresentou mais problemas de saúde. Está muito mais alegre”, comemorou a fundadora.
Um santuário que nasceu de um equívoco e se tornou uma missão
O Sweet Acres foi fundado há uma década, após Kirsten Duggan e seu marido descobrirem que os chamados “porcos teacup” não existem de fato. Na realidade, trata-se de porcos vietnamitas subalimentados para parecerem miniaturas. Ao atingirem a idade adulta, e pesarem facilmente mais de 45 quilos, muitos são abandonados por tutores que não podem e querem mais mantê-los.
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O que começou como uma operação modesta na propriedade da família hoje abriga dez porcos e recebe visitas gratuitas do público. O objetivo é educar as pessoas sobre as reais necessidades desses animais e promover a conscientização.
“Gosto de resgatar aqueles que não têm mais esperança”, afirma Duggan. O santuário também serve como fonte de alegria para grupos de crianças, adultos com deficiência e jovens com problemas de saúde mental que visitam o local.
“A maior recompensa do Sweet Acres é retribuir à comunidade”, finaliza a fundadora, que segue dedicada a transformar histórias de abandono em laços de amor e amizade.