Dezenove pássaros, entre sabiá, galo-de-campina, primavera, caboclo-lindo, cão-cão e periquito-do-sertão, foram apreendidos, numa operação da Sociedade Protetora Animal (SPA), com apoio da Polícia Militar (PM), na manhã de ontem, na feira da Parangaba. A ação foi mais uma investida de combate ao comércio ilegal de animais silvestres, prática considerada crime ambiental pela Lei Nº 9.605/ 1998.
Os autores do delito fugiram antes da chegada dos agentes e ninguém foi preso. Antes de escapar, esconderam os animais como puderam, dentro de sacos ou em caixas entocadas. Os animais apreendidos estavam em péssimas condições, com sede, fome e em gaiolas minúsculas ou em caixas de papelão.
Alguns, como o sabiá, estava quase morrendo devido aos maus-tratos. A espécie é uma das mais procuradas, sendo vendida, em média, por R$ 50,00. Outra espécie, primavera, também é disputada e comercializada pelo mesmo valor.
Quem é flagrado na venda ilegal de animais silvestres está sujeito a responder a processo criminal. Para cada animal apreendido, a lei estabelece multa de R$ 500,00. No caso de animal em processo de extinção, varia de R$ 2 mil a 5 mil.
O presidente da SPA, Márcio Filho de Sousa, contou que, antes da blitz, a entidade comprova o comércio ilegal fotografando e enviando relatório ao Ministério Público Estadual (MPE) pedindo providências. Segundo ele, somente nos meses junho, julho e agosto, a ação apreendeu mais de 80 pássaros que não se reproduzem em cativeiro e estão em perigo de extinção.
Os pássaros apreendidos foram levados para um centro de triagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), onde passarão por avaliações de veterinários e receberão alimento. Caso estejam em condições, serão devolvidos à natureza. Os que estiverem doentes ou que não tenham condições de se adaptar à vida silvestre serão levados para unidades conservacionistas.
Outro problema sério da Feira da Parangaba é a “matança” de galinhas e patos. A céu aberto, os animais são abatidos, as penas são retiradas e o sangue jorra sob o olhar indiferente dos consumidores que ali esperam para levar a “mercadoria”. Uma cena assustadora . A “dona do negócio”, Lúcia Ferreira, não para nem para falar com a imprensa. “Tenho que sobreviver”, disse. Cada animal abatido é vendido por R$1,50.
Fonte: Diário do Nordeste